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A Associação Folclórica Tribo Munduruku venceu o 13° Festival das Tribos de Juruti, com o tema “Amazônia, Cunhantã dos olhos do mundo”, em Juruti.
Uma grande alegoria, A maloca da vida, contou a lenda “A Criação da Amazônia, na visão Munduruku”. Da grande maloca saiu o primeiro homem Munduruku, Rairú, porém, sentindo a solidão pediu ao seu pai Karú-Sacaebê, o criador do universo, um mundo cheio de beleza, onde pudesse viver feliz. Pediu também “gente igual a ele para habitar a terra”. Atendendo ao pedido de seu filho, Karú-Sacaebê ordenou que ele fosse ao umbigo da terra: lá encontraria uma corda de algodão, que deveria amarrar com bravura e coragem e abrir a maloca da vida, onde encontraria os seus irmãos Munduruku, Apiacá, Parintintin, Sateré-maué e Kaiapó e todos os irmãos animais e vegetais, povoando, assim, a Amazônia.
O primeiro dia foi anunciado pelo vôo do pássaro guará-vermelho, miticamente considerado o “pai do sol”, e a índia guerreira personificou Yucatã, a primogênita dos Munduruku. Homens-urubus, mulheres-araras e feras-guaribas arrebataram a arena com a coreografia.
Com Yrupê (Vitória-Régia), a tribo Munduruku lançou seu lamento pela preservação da água doce no mundo. A Guardiã Tribal representou Naiá, a flor das águas amazônicas.
No ritual indígena. o pajé ordenou que jovens Xavantes fossem à floresta procurar o animal sagrado, o Tamakuaré verde, que some rapidamente porque se camufla na natureza, mas que não pegassem outro tipo de Tamakuaré, o pardo, pois este erro despertaria a ira de espíritos malignos, destruidores e devastadores no mundo e na nação Xavante.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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