Rogério Langanke Caboclo, que assumiu a presidência da CBF em abril de 2019, aos 46 anos, caiu hoje, diante das gravíssimas acusações de assédio sexual formalizadas, em documento com doze laudas, perante a Comissão de Ética e a Diretoria de Governança e Conformidade por uma cerimonialista que há oito anos trabalha na CBF. A funcionária relatou em detalhes os constrangimentos sofridos em viagens e reuniões com o presidente, na presença de diretores da CBF. A conduta abusiva incluiu pergunta se ela se “masturbava” e a tentativa de forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de “cadela”. A vítima contou que Caboclo consumia bebidas alcoólicas durante o expediente e ela era obrigada a esconder garrafas no banheiro e recolher as garrafas vazias, além de, em viagens, ter que pedir bebidas alcoólicas para ele nos hotéis e marcar o consumo no quarto dela.
A funcionária também sustenta que Caboclo tentou controlar seus relacionamentos dentro da CBF e até as roupas que vestia. Para escapar ao assédio, ela pediu licença saúde. A situação se tornou evidente a presidentes de clubes e de federações estaduais, dirigentes da CBF e agentes externos com acesso à cúpula da entidade, que notaram o comportamento de Rogério Caboclo “ainda mais errático e agressivo”. Caboclo, então, ofereceu dinheiro para que ela negasse os abusos. Ela recusou e fez a denúncia. Ele nega todas as acusações.
O vice-presidente mais velho, Antônio Carlos Nunes, assumiu provisoriamente o comando da entidade. Amanhã de manhã haverá uma reunião extraordinária entre os diretores da CBF e os oito vice-presidentes eleitos, no Rio de Janeiro. A tensão é enorme, ainda mais com o atrito entre a comissão técnica e jogadores da seleção brasileira, por conta da Copa América. Jornalista do SporTV vazou que Rogério Caboclo tinha prometido ao presidente Jair Bolsonaro trocar Tite por Renato Gaúcho após o jogo contra o Paraguai, terça, pelas Eliminatórias.
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