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Cada palavra é a alma comprimida do universo.

Palavras de um dos mais recentes homenageados pela Universidade da Amazônia com a concessão do Título de Doutor Honoris Causa, o consagrado poeta e escritor João de Jesus Paes Loureiro, com o seu Ensaio Memórias de um leitor amoroso, texto encharcado de belezas e amazonidades, é a inspiração para sintetizar a trajetória de uma instituição que nos traz a este glamuroso Theatro da Paz na noite de hoje, para celebrar o cinquentenário desta que é a maior e melhor universidade privada do norte do Brasil, a nossa Universidade da Amazônia, a nossa UNAMA.

Nos diz Paes Loureiro em seu Ensaio que a navegação nos rios amazônicos nas noites escuras, é guiada pelos candeeiros ou candeias acesas nas casas ribeirinhas.

A história da UNAMA tem um marco: uma placa que foi instalada em 15 de outubro de 1974, no tradicional Colégio Santa Rosa, cujas instalações abrigou o ideário de base da UNAMA. Como um candeeiro, a placa foi o farol que guiou os mantenedores rumo à fundação da UNAMA.

Fragmentos de um poema de Mário Quintana, escritor e poeta gaúcho de importância e sensibilidade inequívocas, me inspiram para uma breve síntese dessa história ora resgatada. Nos diz o poeta:

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!

50 anos se passaram e a Universidade da Amazônia, a nossa UNAMA, se fez amor em milhares de vidas, se exprimiu em múltiplas formas de amor nestas cinco décadas: amor ao trabalho e à ciência; amor ao ensino de graduação e pós-graduação, à pesquisa e à extensão; amor à gestão e à responsabilidade social; amor às artes e à cultura, amor à vida e à cidadania.

O jubileu do cinquentenário da UNAMA simbolizado pelo ouro, metal valioso em todas as sociedades não apenas pela durabilidade e riqueza que traduz, mas também pelo valor imaterial que o ouro presentifica, é uma história de alianças, como no enlace do amor.

A fundação do Centro de Estudos Superiores do Estado do Pará (Cesep), em 1974, mantido pela Associação Paraense de Ensino e Cultura (Aspec), liderado pelos senhores Edson Raymundo Pinheiro de Souza Franco, Paulo Roberto Carvalho Batista e David Choueri Salomão Antônio Mufarrej, aliada à criação e implantação das Faculdades Integradas Colégio Moderno (FICOM), também naquele ano, liderada por três grandes expressões educacionais paraenses – Graça Landeira, Marlene Coeli Vianna e Antônio Vaz de Carvalho Pereira – traduzem alianças de famílias tradicionais paraenses em torno de um projeto comum: o fomento da educação superior em Belém.

Assim, 1974 é o marco do que nos conduz a este cinquentenário da UNAMA.

Todas as lideranças fundadoras dessas instituições precursoras da UNAMA estão presentes em nossas mentes e corações.

A década de 1980 foi um tempo de múltiplas mudanças em escala global. No Brasil e no Pará, a redemocratização do país e do estado também ecoou na educação, acompanhando as aceleradas mudanças, inclusive sob a égide da Constituição Federal Cidadã de 1988.

Na efervescência política e educacional daquele tempo emerge a aliança do CESEP e da FICOM ensejando uma nova instituição, a União de Ensino Superior do Pará (UNESPA), instituída pela Portaria Ministerial nº 434, de 9 de agosto de 1988. A UNESPA teve sua importância nos últimos anos da década de 1980 e primeiros anos da década de 1990, sendo também uma das instituições precursoras da nossa UNAMA.

A cultura institucional da FICOM, do CESEP e da UNESPA era muito vinculada ao ensino de graduação, ampliação de vagas, diversificação da oferta, alinhada com o espectro do ensino privado no país naquele tempo. A pesquisa e a extensão não tinham força como atividades fins, sem que isso tenha sido um demérito na qualidade acadêmica do ensino, que formou gerações e grandes quadros acadêmicos, políticos, jurídicos, empresariais, empreendedores, muitos dos quais aqui presentes que também estão revisitando a sua própria história, sentindo as emoções do seu tempo, em que me incluo.

Peço licença ao Chanceler Doutor Janguiê Diniz e a todos os presentes para um aparte.

Essa breve retrospectiva é também um revisitar da minha trajetória.

Estudei e me formei na FICOM, onde ingressei aos 15 anos. Tornei-me Mestra e Doutora pela UNAMA.

Honra-me e emociona-me o entrelaçar dessa história institucional que perpassa a minha vida.

O hino da UNAMA nos traduz. O Maestro Wilson Fonseca, nosso Maestro Isoca, assim compôs:

A UNAMA é o sol do saber, a melhor e a maior das heranças …
Universidade da Amazônia semeando o país do futuro …
Tenho orgulho de ser da UNAMA, minha escola que a vida ensinou …
Universidade da Amazônia supremo templo estudantil,
Universidade da Amazônia, nosso exemplo para o Brasil.

A semente plantada lá nos idos de 1974 seguia sendo regada pelos mantenedores e retroalimentada pela comunidade universitária, colaboradores e parceiros. E assim, a UNESPA em 1993 é transformada em Universidade da Amazônia – UNAMA – reconhecida pela Portaria Ministerial nº 1.518, de 21 de outubro de 1993.

De 1993 a 2014 a UNAMA se expandiu, se reconfigurou, se fortaleceu reafirmando um projeto institucional de uma universidade endogenamente paraense, empresa de alianças de tradicionais famílias e o compromisso histórico com o ensino superior no estado.

Em 2014 uma nova aliança institucional é firmada e a UNAMA passa a compor o quadro de Instituições de Ensino Superior Privadas sob liderança do Grupo Ser Educacional.

Visionário extraordinário, o Chanceler Doutor Janguiê Diniz, com sua competente e dedicada equipe, vislumbrou a aquisição da UNAMA ao reconhecer a qualidade acadêmica, que à época já apresentava resultados consistentes, mas também pelos valores agregados da tradição institucional, rigor acadêmico, qualidade de cursos e um corpo docente e técnico administrativo altamente qualificados. Esse reconhecimento é fundamental e nesse momento peço uma salva de palmas para cada estudante, técnico, docente, pesquisador, colaborador e parceiros que fizeram essa história acontecer.

A cultura organizacional da UNAMA transforma-se a partir de 2014, em que a visão estratégica do Grupo Ser Educacional ao tempo que reconhece as raízes e missão genuinamente paraenses da universidade e as valoriza, projeta e transforma a universidade elevando-a a um novo patamar acadêmico e social em nível estadual, regional, nacional e internacional.

A expansão de unidades no Pará e a implantação da UNAMA em todas as capitais da região Norte do Brasil traduzem o compromisso da Universidade e do Grupo Ser Educacional com a Amazônia e sua grandeza, que para o seu desenvolvimento requer entre outros vetores, o investimento em educação superior de qualidade, fomento da ciência, tecnologia e inovação.

Há quatro décadas o respeitável antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro nos dizia: “… o Brasil não pode passar sem uma universidade que tenha o inteiro domínio do saber humano e que o cultive não como um ato de fruição erudita ou de vaidade acadêmica, mas com o objetivo de, montada nesse saber, pensar o Brasil como problema …”

Empresto de sua sabedoria para afirmar: a Amazônia não pode passar sem uma universidade privada que fomente a ciência, o ensino, as artes, a cultura e a cidadania como centralidade de sua missão institucional; de pensar a Amazônia na sua complexa problemática, mas também no potencial de soluções sustentáveis que a vastidão de nossas florestas, águas, campos e cidades albergam com a diversidade de seus povos. Esse é o sentido da Universidade da Amazônia na atualidade, da nossa UNAMA, que hoje celebra seus 50 anos.

Pensar e consolidar uma universidade na dimensão da grandeza da Amazônia tem sido razão histórica e o compromisso do Grupo Ser Educacional nesses últimos 10 (dez) anos, tempo em que assumiu a gestão da UNAMA sob a obstinada e competente liderança de sua maior expressão institucional, o Chanceler Doutor Janguiê Diniz, a quem peço uma salva de palmas em reconhecimento ao elevado patamar de excelência acadêmica e relevância social que tem imprimido na UNAMA, engrandecendo com isso a celebração de seus 50 anos.

Estudar na UNAMA na última década tem significado o acesso a um corpo docente cada vez mais qualificado em nível de mestrado, doutorado e com experiência de mercado, que aliam a formação acadêmica com a qualificação profissional voltada ao mundo do trabalho; o acesso à parcerias e intercâmbios internacionais com vários países; o investimento na empregabilidade de seus alunos e egressos, entre outras vantagens.

Viver a UNAMA nos últimos dez anos é experenciar uma universidade sintonizada com os desafios da Amazônia e do Brasil, comprometida com as questões candentes da região e a magnitude de seu potencial; é fazer pesquisa, produzir conhecimentos para fazer a Amazônia e o mundo melhor; é humanizar práticas de gestão e prezar por uma convivialidade saudável; é produzir e valorizar as artes e a cultura como linguagens, bens materiais e imateriais imperativos para o bem viver; é se conectar com o mundo e se integrar em rede no Grupo Ser Educacional; é praticar uma extensão universitária engajada com as lutas de nosso tempo e a solidariedade, base constitutiva de uma outra humanidade.

O cinquentenário da UNAMA acontece no alvorecer da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, a COP-30. O mundo está com os olhos e a atenção na Amazônia pela importância que representa para o planeta.

Na UNAMA a região e as amazonidades dão sentido a sua existência institucional. Celebramos o cinquentenário dessa universidade com a grandeza de sua história que tem se consolidado com a potência do Grupo Ser Educacional, sua visão estratégica e ousadia empreendedora.

De volta ao Ensaio do amazônida Paes Loureiro, em que as palavras se revelam como candeeiros e candeias, as memórias desse cinquentenário e a visão de futuro da UNAMA, citando o escritor “… são como lâmpadas acesas ao longo e às margens do rio da existência. Como faróis elas dão sentido e sentimentos ao mundo”.

E assim podemos vislumbrar luzes no jubileu de platina dos 70 anos da UNAMA, tempo esse que vai chegar nas próximas décadas, celebrando uma Universidade com centralidade na Amazônia, onde o mundo reconheça que aqui a luta é por uma sociedade com mais igualdade, sem misoginia, sem homofobia, sem racismo, sem preconceito social; a luta é por uma Amazônia inclusiva com justiça social, racial, ambiental e climática. Uma Universidade assente nos Direitos e na Dignidade Humana.

Retornando ao poeta Mário Quintana e o parafraseando, poderíamos dizer:

Quando se vê, já é Círio!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já são processos seletivos e novos ingressos na UNAMA!
Quando se vê, a COP-30 chegou
Quando se vê a Amazônia está mais sustentável
Quando se vê a UNAMA está cada vez mais forte e potente
Quando se vê passaram 50 anos e o Centenário chegou!


Outorga da Medalha Comemorativa dos 50 anos da Unama

HOJE é uma noite mágica neste templo da cultura paraense. Emocionante o Theatro da Paz reluzente na celebração desse Jubileu de Ouro da UNAMA.

Incontáveis egressos e egressas poderiam aqui estar sendo homenageados, mas reconhecemos em autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; de autoridades de carreira de Estado e de liderança empresarial; nos fundadores e fundadoras das Instituições precursoras da UNAMA que nos conduziram até aqui e representação da comunidade universitária, protagonistas dessa história e assim convidamos a que todos se sintam representados e homenageados.

Concessão do Título Doutor Honoris Causa

E é no resplandecer dessa noite memorável, que a Universidade da Amazônia está honrada em homenagear em seu cinquentenário um ilustre egresso, um homem público que nos últimos anos tem sido o timoneiro do Pará, alçando nosso estado numa estrela de grandeza e importância inequívoca na Amazônia, no Brasil e no mundo.

Timoneiro conecta-se com o latim gubernator, que se traduz como o homem do leme. O termo latino origina a expressão do “governo da embarcação”.

Assim é o nosso Excelentíssimo Governador Helder Zahluth Barbalho, o timoneiro do estado do Pará, que governa com visão estratégica ao posicionar nosso estado no mais elevado patamar de desenvolvimento com justiça social; de relevância política nacional e liderança na Amazônia brasileira e na Pan-Amazônia e desse lugar de importância projeta a região como um bem da humanidade, em que as tradições e saberes de seus povos originários e ancestrais são guardiões das florestas, das águas e da terra, que dialogam com concepções e práticas contemporâneas de geração de riquezas; de conservação e preservação ambiental; de gestão de políticas públicas, estratégias, processos e pessoas.

Conceder o Título de Doutor Honoris Causa ao Excelentíssimo Governador do Estado do Pará, honra o cinquentenário da Universidade da Amazônia. Distinção máxima de uma universidade, o título deve ser concedido em reconhecimento ao seu significado etimológico no latim: Doutor Honoris Causa é uma distinção “por causa de honra”.
A reconhecida excelência do trabalho como autoridade máxima do estado, que recolocou o Pará no cenário político nacional e internacional, é fonte de orgulho para paraenses, amazônidas e brasileiros.

Egresso do curso de Bacharelado em Administração, desde cedo inseriu-se na política tendo sido eleito e exercido diversos mandatos legislativos como Vereador e Deputado Estadual, eleições estas que sempre o consagraram como o mais votado,
Cargos eletivos no Poder Executivo também marcaram sua trajetória, desde Prefeito por dois mandatos consecutivos de Ananindeua, o mais importante município da Região Metropolitana de Belém depois da capital do estado.

O exercício da gestão em funções de Estado no Poder Executivo, a exemplo de Ministro da Pesca e Aquicultura, Ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos e Ministro da Integração Nacional do Governo Federal também coroam sua trajetória de gestor, que o consagrou na liderança política no estado, no Brasil e nos anos recentes, no mundo.

A versatilidade com que transita em diferentes grandes temas do estado, da Amazônia e do Brasil, expressa a solidez de sua formação interdisciplinar. É uma autoridade exemplar, o nosso homenageado.

A honradez de sua trajetória engrandece a UNAMA e orgulha os paraenses. A bandeira do estado tremula com os simbolismos que traduzem e assim o Governador honra a luta do povo e sua estrela brilha no Brasil e no mundo.

Helder Zahluth Barbalho pode ser traduzido por estrofes do Hino do Pará:

Ó Pará, quanto orgulhas ser filho
De um colosso, tão belo e tão forte
Juncaremos de flores teu trilho
Do Brasil, sentinela do Norte
​És fonte de orgulho para a UNAMA. És fonte de orgulho para o estado do Pará!

Betânia Fidalgo Arroyo
Betânia Fidalgo Arroyo, Magnífica Reitora da Universidade da Amazônia, presidente reeleita do Conselho de Educação do Estado do Pará, membro do Conselho Municipal de Educação de Belém, preside o Conselho Curador da Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia ( Fidesa) e a Escola de Reitores do Estado do Pará (Fiespa), é Diretora da Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado do Pará e Diretora Regional do grupo Ser Educacional. Doutora em Administração, Mestra em Ensino Superior e Gestão Universitária, é membro da Academia Paraense de Letras, professora orientadora na Must University e docente permanente no Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Comunicação Linguagens e Cultura da Unama, além de pesquisadora/ Coordenadora da linha relações de gênero do grupo de pesquisa GEPIDIi/Unama, pesquisadora no grupo de Pesquisa em Inovação e Gestão organizacional GPIGO/Unama. Tem experiência na área da Educação, com ênfase em Educação Superior, atuando principalmente nos seguintes temas: Gestão Escolar, Construção do Conhecimento, Formação de Professores, Mulher.

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