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A Academia Paraense de Jornalismo empossou a jornalista Tânia Monteiro e os jornalistas Celso Lobo e João Ramid, respectivamente, nas Cadeiras 18, patronímica de Ewerton Tourinho, ocupada pela última vez por Kedma Faria; 11, patronímica de Adolfo Oliveira, cujo último ocupante foi Álvaro Jorge dos Santos; e 24, cujo patrono é Humberto de Campos e que teve como último ocupante Antônio José Soares. O evento foi realizado no salão Barão de Guajará, na sede da Academia Paraense de Letras, gentilmente cedida por seu presidente, o advogado, escritor, professor e orador Ivanildo Alves.

Na mesma sessão, foi outorgada aos acadêmicos Linomar Bahia; João Augusto de Oliveira, Ivo Amaral, Walbert Monteiro, Cláudio Guimarães, Marcos Valério Lima Reis, Roberta Vilanova, Douglas Dinelly, Sebastião Godinho, Antonio Praxedes, Octávio Pessoa e Franssinete Florenzano a Medalha do Bicentenário da Imprensa no Pará, criada pelo advogado, escritor, jornalista e artista plástico Sebastião Piani Godinho, membro da APJ, da APL e do Instituto Histórico e Geográfico.

Houve, ainda, a outorga de títulos de Honra ao Mérito à desembargadora Célia Pinheiro, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará e atual diretora geral da Escola Judicial Juiz Elder Lisboa; à primeira-dama do Estado e atual conselheira do Tribunal de Contas do Pará, Daniela Barbalho; à professora doutora Betânia Fidalgo Arroyo, reitora da Universidade da Amazônia, presidente do Conselho Estadual de Educação, diretora-geral da Escola do Legislativo e imortal da APL; à pastora evangélica e ativista social Maria Inês Melo, e à advogada Mary Cohen, presidente da ATEP – Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado do Pará, que mereceram o reconhecimento público da Academia Paraense de Jornalismo em função de seus trabalhos em benefício do bem comum e relevantes serviços prestados à sociedade, todas elas personalidades que se destacam pelo protagonismo nas diversas áreas de atuação e mulheres que se credenciaram ao respeito do povo parauara pela impecável trajetória de vida.

O orador oficial da cerimônia de posse foi o jornalista e escritor Octávio Pessoa, que traçou os perfis dos empossandos com leveza e elegância. Tânia Monteiro trabalhou nas principais emissoras paraenses e fez de tudo:  reportagem de rádio e TV, assessoria de comunicação, cobertura de eventos, alguns deles históricos como a inauguração da estrada de ferro de Carajás e o processo de discussão e promulgação da Constituição do Pará, conteúdo para redes sociais. Além da formação acadêmica em Jornalismo, ela também é licenciada em Língua Portuguesa e Literatura. Mestra em Letras e em Educação Ambiental, especialista em Marketing, é, ainda, especialista em Língua Portuguesa e em Análise Literária. Tânia foi professora de Teoria da Comunicação e também de Interpretação e Produção de Textos. Coautora do livro “Rios em nós”, de poemas e memórias, ela preside a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo – Seção Pará.

O jornalista Celso Lobo, que também é Licenciado em Matemática, exerce fotojornalismo há mais de dez anos, é autor do livro “Caraparu e seus encantos”, lançado no estande da Academia Paraense de Jornalismo durante a Feira do Livro de 2022, suas fotografias já ganharam relevantes prêmios e inclusive exposição no Carrossel Du Louvre, em Paris, e no II Salão de Arte Brasileira, em Liechtenstein. Servidor de carreira da Assembleia Legislativa, atua na Assessoria de Divulgação e Informação do Poder Legislativo.

João Ramid tem trabalhos publicados em revistas e jornais de diversos países, nas principais capitais brasileiras e também no exterior, em Paris, Nova York e Londres. Atuou na sucursal de Brasília do jornal O Globo e depois no Jornal do Brasil, na revista Veja e participou da fundação da Sucursal da Amazônia Nacional e Internacional, em 1982, e teve atuação expressiva na cobertura em Brasília quando da Assembleia Nacional Constituinte.  Em agosto de 1991, criou a Agência Amazônia de Comunicação, voltada à cobertura de toda região amazônica, com textos e fotografias publicitárias, jornalísticas, científicas, artísticas e industriais.

Em seu discurso, Tânia Monteiro saudou os colegas João Ramid e Celso Lobo, acentuando que chegam à APJ com uma simbologia especial: pela primeira vez a Academia Paraense de Jornalismo integra ao seu quadro repórteres fotográficos, revelando a abertura da entidade às novas mídias e à fotografia. A respeito de sua antecessora, disse que “não conheci pessoalmente a Kedma Farias, mas sei do importante trabalho que realizou na organização da APJ, principalmente no que se refere ao registro da ata da fundação e dos primeiros documentos. Fico muito orgulhosa por suceder uma mulher e, em especial, por esta ter contribuído para que esta entidade representativa do jornalismo paraense pudesse avançar em sua legalidade. Em todos os tempos, é muito bom ver mulheres ocupando espaços representativos em nossa sociedade. Assumir hoje uma das cadeiras da APJ tem, para mim, um significado enorme, pois neste ano de 2023 completo 40 anos de jornalismo, defendendo sempre a informação baseada na apuração dos fatos, no compromisso com a verdade, a justiça social e a democracia”, pontuou, defendendo, ainda, o restabelecimento da exigência do diploma para o exercício da profissão.

Em discurso emocionante e emocionado que o levou às lágrimas, Celso Lobo recordou que sua cadeira anteriormente foi ocupada pelo jornalista, escritor e figura humana das mais pródigas, carinhosamente chamado pelos seus amigos e confrades de “senador” Álvaro Jorge, que abraçou o jornalismo por vocação, desde os primórdios da década de 1960, em redações de jornais e emissoras de radiodifusão. “Álvaro adquiriu, com ajuda divina, a mais importante ferramenta para o exercício bem-sucedido de toda e qualquer profissão: o conhecimento. Volto a ressaltar que assumir a cadeira de número 11 na Academia Paraense de Jornalismo é para mim um imenso compromisso. Sinto-me orgulhoso em poder representar os fotojornalistas paraenses numa cadeira importante como essa. A fotografia tem um papel fundamental na comunicação e na construção da memória coletiva. É através dela que podemos mostrar ao mundo a realidade de nosso país, sem filtros ou maquiagens. É através dela que podemos documentar momentos únicos e revelar histórias que muitas vezes passam despercebidas”.

Ao usar a tribuna, João Ramid disse da honra em assumir uma cadeira na Academia Paraense de Jornalismo, a academia da sua profissão na terra em que nasceu e escolheu para viver e onde se preparou profissionalmente para usar o seu potencial em prol da região, talvez a mais rica do País e com certeza a mais maltratada em termos de direitos. “Meu prazer ao tomar posse em tão honrada academia cresce quando assumo a cadeira que era do meu amigo pessoal, colega de bons trabalhos e um homem nascido no Marajó, na cidade de Breves. Antônio José Soares, um caboquinho tinhoso, cheio de sonhos e que resolveu se realizar com a profissão que amou até seu último dia. Um profissional que tinha como assinatura a palavra superação e se impôs resistindo bravamente à própria deficiência física, que só o fez se superar. Um grande nome do jornalismo paraense, um mestre na arte do texto, costura e teimosia. Um ser a ser admirado que merece todos os elogios e citações positivas a seu respeito. Quanto às negativas, a gente joga na conta da oposição. Agradeço sobretudo a Deus, à minha família, que mesmo nas minhas maiores ousadias sempre me apoiou, aos amigos que mesmo algumas vezes cheios de dúvidas sempre acreditaram nas minhas ideias e ajudam até hoje elas darem certo”.

Oradora em nome das homenageadas, a professora doutora Betânia Fidalgo Arroyo acentuou os enormes desafios da condição feminina e a consciência de que a educação é a mola mestra para as transformações necessárias. Enfatizando as barreiras do preconceito por gênero, cor e credo, as sequelas da sociedade brasileira após três séculos de escravidão legalizada, ela pugnou pelo respeito às mulheres, a fim de que vivam e trabalhem em condições dignas e de igualdade com os homens.

A presidente da APJ, Franssinete Florenzano, destacou a responsabilidade cidadã do jornalismo, jornalistas e de todas as pessoas em participar ativamente da construção de uma sociedade mais justa, combatendo a desigualdade e a impunidade. Ao realçar o protagonismo das personalidades femininas agraciadas com o título de Honra ao Mérito, defendeu com firmeza a efetividade dos direitos e garantias às mulheres, trans e cis, LGBTQIA+ e à população vulnerável, em especial a imensa maioria de mulheres pobres e negras que chefiam as famílias brasileiras e as crianças e adolescentes vítimas de todo tipo de violência. Compuseram a mesa oficial a desembargadora Célia Pinheiro, o juiz Marcus Alan de Melo Gomes, representando o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Leonam Gondim da Cruz Jr.; o desembargador Vicente Malheiros da Fonseca, autor da música do Hino da APJ; o presidente do Sindicato dos Jornalistas no Pará, Vito Gemaque; Mary Cohen, Ivanildo Alves e Sebastião Godinho. Estavam presentes, além dos acadêmicos, jornalistas, amigos e familiares dos empossandos e homenageadas, a juíza Rosa Navegantes, Ouvidora da Mulher do TRE do Pará; o diretor da Funtelpa, Binho Nascimento; a diretora do Portal Cultura, Larissa Diniz; a presidente da Academia Paraense Interiorana de Letras, Anne Veloso; o advogado e historiador Elson Monteiro, presidente da Comissão de Defesa do Patrimônio Histórico do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, no ato representando a presidente do IHGP-PA, profa. Anaíza Vergolino; a presidente do Instituto Dom Azcona e coordenadora da Comissão Justiça e Paz da CNBB Norte 2, Irmã Henriqueta Cavalcante; e a Ouvidora da Defensoria Pública do Pará, Norma Miranda Barbosa.

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