O Escritório Federal para a Proteção da Constituição da Alemanha (BfV) emitiu um alerta hoje, segunda-feira, 9 de setembro, dizendo que a Rússia, por meio de seu serviço de inteligência militar, o GRU, tem sido responsável por uma série de ciberataques contra países membros da OTAN e da União Europeia. O comunicado foi resultado de uma colaboração entre a agência alemã e outros parceiros internacionais, incluindo o FBI, a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos EUA (CISA), a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA). O BfV destacou que um grupo de ciber-guerra vinculado à notória Unidade 29155 do GRU está envolvido em atividades maliciosas, focado em infraestruturas críticas ao redor do mundo, incluindo os Estados Unidos, e em operações de espionagem, sabotagem e atividades que visam causar danos reputacionais em seus alvos.
A Unidade 29155 do GRU já foi relacionada a outras ações suspeitas no cenário internacional como assassinatos e operações de desestabilização em países ocidentais. A unidade é suspeita de envolvimento em diversas operações de grande repercussão na Europa, como o envenenamento do ex-agente duplo russo Sergei Skripal e sua filha Yulia, em 2018, no Reino Unido. O BfV apontou que a unidade tem atuação global e que utiliza outros nomes, como “Cadet Blizzard” e “Ember Bear”, sendo conhecida por invadir redes de computadores, roubar dados e defacear sites (alterar a aparência ou o conteúdo das páginas para fins maliciosos). Os ciberataques visam setores estratégicos como defesa, logística, aeroespacial e tecnologia da informação, com ênfase em espionagem e sabotagem.
Desde a invasão russa na Ucrânia, várias nações da OTAN e da UE têm relatado um aumento significativo em atividades suspeitas de espionagem e ataques cibernéticos provenientes da Rússia. A Alemanha, por exemplo, já havia acusado a Rússia de uma série de ciberataques no início deste ano, com alvos que incluíam o partido governante, os Social-Democratas, além de setores de defesa, aeroespacial e de tecnologia. Recentemente, um ex-soldado alemão foi condenado a três anos e meio de prisão por compartilhar informações militares confidenciais com a Rússia. As autoridades alemãs afirmaram que continuarão a trabalhar em conjunto com seus aliados internacionais para enfrentar as ameaças cibernéticas.
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