Na noite do sábado da Translação, assim que a procissão passa pela avenida Presidente Vargas a Praça da República começa a ser ocupada para a Festa da Chiquita, evento tradicional na quadra nazarena em Belém do Pará, que este ano reuniu cerca de duas mil pessoas. Um dos momentos mais aguardados é a divulgação dos nomes emblemáticos e a entrega do Troféu Veado de Ouro a personalidades destacadas na defesa dos direitos da comunidade LGBTQI+ em todo o Brasil. A festa foi idealizada e todos os anos é liderada pelo performático Elói Iglesias, ao lado de Flores Astrais, Bárbara Pastana e Beto Paes. Gaby Amarantos, Aíla, Leona Vingativa e Fafá de Belém são as artistas convidadas, e teve show de Johann, Jotta C, Luigy, Amanda Cristina e Álec, com participação das drags Safira Clausberg, Gigi Híbrida, Condessa Devonrider, Desirée Lo Bianco, Brenna Sanches, Aphrodite, e dos DJs Puga e Gadá, além do Bloco Regional, com os grupos Samba de Preto, Carimbó Selvagem, Égua Mana Carimbó e Carimbó do Cururuperê.
Reconhecida como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Pará pela lei 9.025/2020, a festa celebra a fé da comunidade LGBTI+ de Belém em Nossa Senhora de Nazaré e cobra respeito e inclusão, com muitas manifestações artísticas e shows.
O evento atravessa a madrugada e o gran finale é a entrega da premiação. O Troféu Veado Veada coube a Fafá de Belém; a jornalista Dedé Mesquita recebeu o Troféu Mário Faustino; o Troféu Veado Psi foi para Jaqueline Gomes de Jesus, coordenadora da Smile, uma pesquisa internacional voltada para a saúde mental da população LGBTQI+. A cantora Gloria Groove foi a agraciada com o Troféu Veado de Ouro. A festa começou com jornalistas, LGBTs, que lutaram por seus lugares de fala e acabou se afirmando e ocupando território, Já teve até o prêmio Veado Supremo, em homenagem ao ministro Luís Roberto] Barroso, que foi o último voto da criminalização da homofobia.
Este ano, a Chiquita completa vinte anos de reconhecimento de patrimônio tombado pelo Iphan e oito anos pela Unesco. A cineasta Priscilla Brasil, que dirigiu o filme “As Filhas da Chiquita” em 2006, comenta que agora o evento teve a sua importância resgatada.
Fotos: Dinei Souza






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