A empresa de ônibus Belém-Rio, que faz a linha para o distrito de Outeiro – Ilha de Caratateua, em Belém, aparentemente está falida e reduziu pela metade a sua frota, causando enorme sofrimento aos usuários do transporte coletivo. O serviço, que sempre foi muito ruim, ficou ainda pior e massacrante. Os ônibus só começam a circular a partir das 5h e transitam superlotados. Além do mais são velhos e sujos. Quando não incendeiam nas ruas, pondo em risco muitas vidas, dão “prego”, abandonando os passageiros no meio da rua, sob sol ou chuva e risco iminente de assalto. Sem falar que os motoristas param para abastecer, enquanto os passageiros respiram do jeito que conseguem, espremidos em plena pandemia, com alto risco de contaminação.
Os moradores do Outeiro se sentem abandonados à própria sorte, e quem não pode se arriscar a perder o emprego tem que tomar duas conduções, da ilha até o terminal rodoviário de Belém, e de lá para o seu destino. Detalhe: como até hoje os bilhetes ainda não são integrados, são obrigados a pagar duas vezes pelo mesmo serviço, uma aberração que sacrifica ainda mais justamente os cidadãos mais necessitados.
Nunca é demais lembrar que as linhas municipais de Belém jamais foram licitadas e o negócio é um filão para um grupo de empresas com poderoso sindicato – que sempre chora miséria quando se trata de proporcionar um mínimo de conforto e segurança aos passageiros e reivindica constantes aumentos nas tarifas – mas que ostentam sua riqueza. Não se sabe o porquê, o BRT até hoje não funciona. Os poucos coletivos que transitam na pista construída durante anos em nada diferem dos demais e a população que precisa se submeter ao transporte público sofre demais, sem qualquer explicação convincente e muito menos fiscalização daquilo que é uma concessão pública. Está passando da hora de a Prefeitura de Belém tomar providências.
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