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Em Anajás, no arquipélago do Marajó, dos 24.771 habitantes locais, 21.179 já foram acometidos de malária. Através do Decreto 70/2013, o prefeito declarou situação de emergência no município. Mas – acreditem! – o diretor do departamento de controle de endemias da Sespa, Bernardo Cardoso, diz que o Estado não reconhece a emergência ou calamidade e que não existe motivo para alarme(!).

Qualquer um minimamente informado sobre as condições de abandono e de miséria do Marajó sabe perfeitamente que a malária grassa na região, principalmente em Anajás.  Todos os médicos que conheço e que atuam na área me garantem que mais de 100% da população é vítima da doença. Ou seja: o contágio acontece duas ou mais vezes, quando não leva a óbito. 

Mais do que um drama, a tragédia marajoara, perpetuada pela dificuldade de acesso que impede ações eficazes na prevenção de doenças infecto-contagiosas e endêmicas, não pode continuar a ser negada cruelmente por quem demonstra não ter preparo técnico nem um pingo de sensibilidade para cuidar de tão relevante questão. O governo do Estado precisa agir imediatamente e enfrentar com coragem e determinação o problema, cobrando a imprescindível parceria do governo federal.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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