Publicado em: 24 de maio de 2025
No próximo dia 1º de junho (domingo), acontecerá mais uma edição do projeto Roteiros Geo-Turísticos, promovido pelo GGEOTUR — Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo da Faculdade de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Pará (UFPA) no Centro Histórico de Belém. Com o tema O Arquiteto Antônio Landi e a Belém do Século XVIII: Percorrendo e Reconhecendo Paisagens no Centro Histórico de Belém do Pará, a caminhada gratuita e aberta ao público se integra à programação do Projeto Circular Cidade Velha-Campina.
A proposta é convidar moradores e visitantes a (re)descobrirem, a pé, a história urbana, a arquitetura colonial e a geografia afetiva de Belém a partir da obra do arquiteto italiano Antônio Landi, cuja atuação na Amazônia portuguesa marcou de forma decisiva a configuração paisagística da cidade no século XVIII.
A saída está marcada para as 8h30 da orla da Casa das Onze Janelas, de frente para a baía do Guajará. O percurso inclui paradas explicativas diante de monumentos emblemáticos: a própria Casa das Onze Janelas, a Catedral da Sé, a Igreja do Carmo, a Igreja de São João, o Palácio dos Governadores, a Igreja das Mercês, a Casa Rosada e a Capela Pombo. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo formulário online.
A experiência educativa e crítica de valorização da memória sócio-espacial de Belém é coordenado pela professora titular Maria Goretti da Costa Tavares (UFPA). O projeto integra ciência, turismo, educação patrimonial e cidadania, sublinhando o papel do espaço urbano como lugar de conhecimento e pertencimento.
O objetivo é fazer com que as pessoas percebam a cidade como um lugar vivo, onde a história se faz presente nas paisagens e nas relações cotidianas. O Roteiro articula a Geografia com a História, a Arquitetura, a Museologia e o Turismo, em uma abordagem transdisciplinar.
Com 11 roteiros temáticos já estruturados desde 2011, o Roteiros Geo-Turísticos foi reconhecido nacionalmente em 2016 com o 29º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pela excelência na promoção e gestão compartilhada do patrimônio cultural.
A edição do roteiro dedicada a Antônio Landi reúne uma equipe multidisciplinar composta por professores, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, além de bolsistas de iniciação científica e colaboradores da produção cartográfica e fotográfica. Estão envolvidos nomes como a geógrafa Magaly Caldas (doutoranda em Geografia/UFPA), a turismóloga Ivinia Larissa (mestranda PPGPATRI/UFPA), o turismólogo Jonathan Rodrigues (mestrando UNIVALI/SC), e os geógrafos Luan Monteiro e Ana Paula Neves (mestranda/MPEG/PA), entre outros.
A produção cartográfica do projeto é assinada por Fernando Alves, Paollo Schmuellermann e Evesney Reis. A documentação fotográfica fica a cargo de Marcos André Costa.
Entre os professores colaboradores da UFPA estão especialistas de diversas áreas, como os geógrafos Saint-Clair Trindade Jr., Márcio Douglas Amaral e Hugo Rogério Serra, o historiador Aldrin Figueiredo, o museólogo Agenor Sarraf, a arquiteta Elna Trindade e o turismólogo Álvaro Negrão.
O roteiro presta homenagem ao arquiteto italiano Antônio Landi (1713–1791), que atuou na Amazônia portuguesa no período colonial e deixou um legado de obras monumentais em Belém. Responsável por projetos como o Palácio dos Governadores (atual Palácio Lauro Sodré), a Igreja do Carmo e a Capela Pombo, Landi soube articular a estética barroca europeia às necessidades funcionais e simbólicas da cidade amazônica, influenciando o modo como Belém foi construída e percebida ao longo dos séculos.
O passeio também busca contextualizar a paisagem urbana de Belém no século XVIII — um tempo de transformações provocadas pela presença da Coroa portuguesa, pelas missões religiosas, e pelo entrelaçamento entre natureza, arquitetura e poder.
O projeto Roteiros Geo-Turísticos também tem se expandido para além do centro histórico de Belém. Experiências coordenadas por professores colaboradores vêm sendo realizadas em Cametá (UFPA), Icoaraci e Outeiro (em parceria com a Escola Municipal Bosque Eidorfe Moreira), e também em cidades do interior como Altamira, Ananindeua, Itupiranga, Marabá, Vigia e Ponta de Pedras.
Cada roteiro é concebido como uma ferramenta de sensibilização sobre o valor do patrimônio cultural, material e imaterial, e um instrumento de democratização do acesso à cidade. A proposta inclui ainda práticas de cartografia social, oralidade e participação popular.
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