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Uma equipe integrada por arqueólogos, museóloga e arquiteta trabalhará no restauro da embarcação metálica antiga encontrada durante escavações na obra do Parque Linear da Nova Doca, na Av. Visconde de Souza Franco, em Belém. O trabalho deve durar cerca de cinco meses e o achado histórico ficará exposto ao público.

A embarcação deve conter informações que contribuam para reflexões acerca da história da formação urbana de Belém, e como, ao longo do tempo, a sociedade mudou suas relações com os rios e igarapés, que eram as vias de locomoção antes do aterramento e asfaltamento da cidade. O Igarapé das Almas, que hoje é o canal da Doca, era importante entreposto econômico e portuário. Ali era intenso o tráfego de mercadorias e pessoas até o século XIX. Para o arqueólogo Kelton Mendes, “só aqui, enterrada, essa embarcação tem mais de 110 anos”.

“Hoje temos uma estrutura toda de ferro, mas a equipe de arqueologia vai seguir estudando para saber: ela tinha pedaços de madeira? Pode ser um barco a vapor? Essas questões vão contar a nossa história daqui em diante. Sabemos que Belém nasceu de frente para o rio, e com o passar de tempo a cidade foi começando a ser aterrada. É a nossa história, e isso que é importante a gente contar. O Iphan vai participar de todas as etapas. Somos os resguardadores da cultura nacional, e tudo que é arqueológico faz parte do nosso escopo de trabalho”, comentou a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Cristina Vasconcelos, que tem em sua equipe o arqueólogo Augusto Miranda.

A retirada da embarcação – que tem 22 metros de comprimento, 7 m de largura e 2,25 m de profundidade – foi dividida em três partes: proa e duas áreas definidas como “mesial”, para que sofresse o mínimo de intervenção, mantendo suas características. Um laboratório está sendo montado no estacionamento de uma faculdade particular, localizada ao lado do Porto Futuro I, para expor a embarcação ao público após o restauro. Em uma estrutura elevada, a embarcação será submetida a análises laboratoriais, limpeza do material, e então será decidido o procedimento mais adequado de restauro e a exposição, contou a arquiteta responsável pela restauração, Tainá Arruda.

A equipe responsável pelas etapas da escavação, remoção, restauração e musealização é composta pelo arqueólogo João Aires, historiador; arqueólogo da Secretaria de Estado de Cultura, Paulo do Canto, e pela museóloga Doriene Trindade.

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