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Os professores e servidores da Secretaria de Estado de Educação do Pará, em greve há 43 dias, desde o meio dia de hoje ocupam a Assembleia Legislativa até que sejam recebidos pelo governador Simão Jatene(PSDB) ou recebam dele proposta considerada aceitável pela categoria. Eles não querem mais negociar com os secretários Alex Fiúza de Melo e Alice Viana e foram pedir ajuda aos parlamentares. O presidente da Casa, deputado Márcio Miranda(DEM), deixou todos à vontade, pediu à segurança que cuidasse para evitar qualquer situação de conflito, e convidou os líderes de todas as bancadas para receber uma comissão dos manifestantes. Na Sala VIP, foram expostas as reivindicações e feitos encaminhamentos. Estavam presentes os deputados Edilson Moura, Airton Faleiro e Alfredo Costa(PT), Edmilson Rodrigues(PSOL), Parsifal Pontes, Chicão, Nilma Lima e Simone Morgado(PMDB), e José Megale(PSDB), líder do Governo, além do presidente, deputado Márcio Miranda, e dos vereadores Fernando Carneiro e Marinor Brito (PSOL) e Cleber  Rabelo(PSTU).
 
As lideranças do Sintepp deixaram claro que todos desejam por fim à greve mas que continuam no movimento diante da intransigência do governo estadual, que teria ajuizado hoje duas ações contra a categoria. Criticaram também o MPE-PA, que, ao invés de conciliar, teria recrudescido ainda mais os ânimos.
 
Edmilson sugeriu que o governador Simão Jatene ofereça 240 horas-aula, com 25% de hora-atividade, e que faça uma proposta de parcelamento do retroativo, ao invés de jogar para os professores a tarefa de integrar uma comissão encarregada dessa tarefa, o que, em tese, seria aceito e a greve terminaria.
 
Chicão disse que o governo poderia usar os recursos da Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento dos Recursos Minerais do Estado (TFRM) e a deputada Simone Morgado aproveitou para tocar fogo, brandindo um documento do SIAFEM informando que o governo teria uma reserva de R$1,8 bilhão e mais R$450 milhões na conta da taxa mineral e que com esse dinheiro poderia pagar sem problema os R$72 milhões da dívida com os professores. Alfredo Costa anunciou que tem uma emenda inserindo no orçamento do Estado os R$72 milhões devidos aos professores.
 
Edilson Moura elogiou a postura do presidente Márcio Miranda e a condução do problema, e propôs que uma comissão de deputados fosse ao governador em busca de  proposta concreta, intermediando o fim da greve. Já Parsifal Pontes achou melhor delegar essa missão ao presidente e ao líder do Governo, José Megale.
 
Márcio Miranda realçou a necessidade de ser mantido o diálogo, a clareza que tem dos deveres do mandato, frisou que a Alepa está sempre de portas abertas a todos os movimentos sociais, mas ponderou que os deputados não podem obrigar o governador a receber os grevistas, esclarecendo o princípio de separação dos poderes. Entretanto, assumiu o compromisso de, ao lado das outras lideranças, intermediar um acordo de modo a viabilizar a retomada do ano letivo. Megale telefonou ao governador e conseguiu agendar para hoje à noite uma reunião dele com os parlamentares, no gabinete do Comando Geral da PM, às 22:30h. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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