Publicado em: 25 de abril de 2025
Meu irmão Janjo fez aniversário. O Facebook, oportunamente lembrou de um texto escrito há alguns anos e decidi republicar. Está tudo lá. A vida de dois irmãos, suas peripécias, suas alegrias, fracassos, vitórias. Hoje estamos aposentados, mas o entrosamento é o mesmo. Mas é que a republicação ensejou quase cem comentários, gente amiga, que tanto nos ajudou, seja com amizade, seja com talento. Fiquei com vontade de agradecer a cada um, mas foram tantos que talvez seja melhor escrever. Ambos, começamos a trabalhar bem cedo, ali pelos 16 anos. O mais velho, Edgar, já aos 14 andava por lá, primeiro dedicado ao Esporte. O aprendizado de uma vida. Na Rádio Clube do Pará, encontramos ótimas pessoas que receberam com algum espanto nossas novas idéias, pois chegamos para aprender, mas já vínhamos com idéias, pois a informação em nossa casa sempre foi regra. Vou tentar não mencionar todos. Sim senhor, éramos filhos do patrão, mas meu pai nos fez começar de baixo, para saber fazer tudo o que era necessário. Quem não sabe, não pode mandar. O maior aprendizado, no entanto, foi encontrar essas pessoas. Gente talentosa, engraçada, de palavra fácil, vindo das mais variadas classes sociais. Gente que amava seu trabalho. Técnicos, pessoal de escritório, programadores, locutores, motoristas. Até chegar ao ponto de ocupar algum cargo, uma longa jornada. Na parede do estúdio, meu avô pregou um cartaz: “Rádio só é distração para quem ouve. Para quem faz, um trabalho como outro qualquer”. Meu pai deu a letra. É seu trabalho. Você pode ficar conhecido, e se empolgar. Errado. É apenas seu trabalho, sério, correto, ético. Nunca esquecemos. Lembro de todos os amigos da Prc5. O grande aprendizado. Lá fizemos Feira do Som, Sábado Gente Jovem, Gente da Pesada e tantos outros. Adiante, quando começamos a Rádio Cidade Morena FM, veio uma outra galera, mais jovem, também querendo aprender. Nós nunca paramos de estudar, pesquisar, ouvir outras emissoras, analisar seus detalhes. Era uma turma boa, também engraçada, devotada, querendo aprender, instruções constantes de vocabulário, gírias, informação, naturalidade na locução. Até hoje somos amigos. Eles nos levaram ao primeiro lugar no Ibope. Mágico. Foi momento chave. Antes, fomos uma emissora segmentada nos jovens. Tudo mudou. Agora, todos querem ser jovens. Agências pediam dicas para textos usando vocabulário, ambiente jovem, num belo processo de aprendizado. Uma grande agencia nacional fez uma pesquisa sobre comportamento. Examinamos completamente e criamos para vender, agora, diretamente, para aquele público de determinada classe social, idade, o produto certo. Havíamos sido Rádio Cidade. Agora éramos Jovem Pan e precisamos de locutores especiais, tão bons quanto os de São Paulo. Fomos considerados a melhor emissora da rede, depois de SP. Uma equipe maravilhosa, versátil, que “vestiu” uma rádio paulista do “jeito” Belém, com muitas outras da rede adotando nossos planos locais, pela criatividade. Foi bom. Fomos felizes. Tivemos grandes amigos, excepcionais profissionais. Produtores, vendedores, gente de escritório, motoristas. Fizemos até time de futebol. Éramos craques. Éramos? Foi muito trabalho. Muito, imaginem. Mas foi uma delícia. É assim quando se ama o que se faz. Quando há profissionais que são amigos, principalmente nos momentos certos. Obrigado a todos os que se manifestaram. Escrevo em nome do Janjo, acreditem. Ele sempre foi mais comunicativo que eu. O Barão. Tímido, sou melhor escrevendo. Só isso. Mas como o Janjo, tive uma carreira feliz. Fiz o que quis. Obrigado a todos os que nos acompanharam.
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