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Há algo de errado quando jornalista vira notícia, a não ser, é claro, em caso de alguma distinção ou evento. Pois ultimamente, o jornalismo não só tem virado pauta como sido lançado na lama – inclusive por jornalistas – o que é lamentável, inaceitável, deprimente.  

Em plena campanha eleitoral no Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará, em que estão disputando duas chapas, a “Sou Mais Sinjor” e a “Sindicato é Pra Lutar“, jornalistas têm utilizado as redes sociais para desferir ataques ferozes e virulentos, de alto poder de destruição, contra seus próprios colegas, que deveriam ser encarados como verdadeiramente são: apenas antagonistas momentâneos, numa luta com objetivo comum. Outros se deram ao requinte de perversidade de, pessoalmente, com palavras e gestos injuriosos, ofender a honra de jornalistas mulheres, mães de família, além de profissionais dignas e respeitadas e trabalhadoras dedicadas ao sindicalismo. O assédio moral, tão denunciado em certas redações, praticado ao vivo e em cores pelos próprios jornalistas que os execram em público. Que vergonha!

Em pleno ano eleitoral, em que todos deveríamos fazer campanha contra os políticos que emporcalham as cidades com propaganda, eis que há uma chapa pichando Belém e, pior, utilizando indevidamente o nome do Sindicato, o que enxovalha a própria entidade, depõe contra todos nós, jornalistas – que certamente, em maioria absoluta, não apoiamos e não queremos contribuir para essa imundície -, e ainda por cima poderá acarretar alguma medida legal contra o Sinjor-PA, o que seria injusto, porque a isso a instituição não deu causa. 

Outros, fora da disputa eleitoral, truculentos, antiéticos, verdadeiros párias, fazem jus à sua fama e constrangem toda a categoria. Triste  situação!

Posso me manifestar com muita serenidade porque não integro qualquer das chapas em disputa, tenho amigos em ambos os grupos, não me filio a nenhum partido ou movimento sindical, mas sou jornalista militante, participo ativamente do Sinjor/PA – sem pertencer à diretoria, é bom esclarecer -, e sou presidente da Comissão da Verdade dos Jornalistas no Pará. 

É evidente que a atual diretoria do Sindicato cometeu erros e que precisa avançar muito nas conquistas da categoria. Mas qual a entidade sindical que não erra e que já conquistou tudo o que seus associados almejam? Por outro lado, se os jornalistas não comparecem às reuniões para deliberar o que deve ser feito, durante mais de uma década, não podem pretender posar de paladinos da categoria quando decidem se candidatar. Somos poucos, não podemos nos dispersar. A campanha eleitoral deve servir para debater propostas e não para agressões pessoais gratuitas. 

Eu apoio o Sinjor-PA, embora não faça parte e nem queira fazer de sua diretoria, porque isto significa apoiar os meus colegas jornalistas, em todas as situações em que precisem, fortalecer nossa luta por melhores condições de trabalho, por respeito aos nossos direitos constitucionais. Isto deveria ser compreendido por todos os colegas, com a devida distinção entre o que é instituição e o que é chapa candidata. Pelo bem de nós, jornalistas. E do Jornalismo, com “J” maiúsculo, a melhor profissão do mundo, como bem o disse o fantástico Gabriel García Márquez.  


Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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