Perguntei ao advogado e procurador de justiça aposentado Luiz Ismaelino Valente, editor do portal O Marambiré, de Alenquer:
O caboclo já está aprendendo a votar ou os caciques ainda o levam no cabresto?
“Amiga Franssinete,
Caboclo nenhum aprende a votar em um sistema político-eleitoral tão corrompido e danoso como o nosso. Dentre tantas incongruências, destaco os institutos da reeleição e do segundo turno para cargos executivos – que foram, sem dúvida, um tiro no pé. Eram duas boas ideias que infelizmente se perderam e deram completamente errado no Brasil: escancararam o uso da máquina administrativa, elevaram o fisiologismo à milésima potência e transformaram os partidos, ideologicamente maltrapilhos, em verdadeiras organizações criminosas.
Em síntese: a reeleição e o segundo turno, energizando a corrupção eleitoral, provocaram, dentre outros malefícios, a falência o sistema representativo, com os negócios públicos sucumbindo inapelavelmente aos interesses privados.
Enquanto não concebermos e pusermos em prática um sistema partidário e eleitoral elaborado pela sociedade com a participação efetiva do povo – e não pelo Congresso, que para tanto já perdeu quer a oportunidade quer a legitimidade –, baseado na tolerância zero à corrupção, no respeito integral e inegociável ao interesse público e na objetiva igualdade de oportunidades entre todos os partidos e todos os candidatos, continuaremos a assistir, de dois em dois anos, ao deprimente desfile dos caboclos rumo às urnas como se fosse gado tocado para um brete pelos barões da politicalha que não honram os sábios princípios da verdadeira arte da Política, aquela Política com “P” maiúsculo da qual nos falou Rui Barbosa em seu célebre discurso na Conferência de Haia há exatos 107 anos.
Em síntese: a reeleição e o segundo turno, energizando a corrupção eleitoral, provocaram, dentre outros malefícios, a falência o sistema representativo, com os negócios públicos sucumbindo inapelavelmente aos interesses privados.
Enquanto não concebermos e pusermos em prática um sistema partidário e eleitoral elaborado pela sociedade com a participação efetiva do povo – e não pelo Congresso, que para tanto já perdeu quer a oportunidade quer a legitimidade –, baseado na tolerância zero à corrupção, no respeito integral e inegociável ao interesse público e na objetiva igualdade de oportunidades entre todos os partidos e todos os candidatos, continuaremos a assistir, de dois em dois anos, ao deprimente desfile dos caboclos rumo às urnas como se fosse gado tocado para um brete pelos barões da politicalha que não honram os sábios princípios da verdadeira arte da Política, aquela Política com “P” maiúsculo da qual nos falou Rui Barbosa em seu célebre discurso na Conferência de Haia há exatos 107 anos.
Um abraço.
Luiz Ismaelino Valente”
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