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FOTO: RODOLFO OLIVEIRA 
O “Boto Cor-de-Rosa” ganhou seu 9º título de campeão na disputa no Çairé, em Alter do Chão, quando desfilou seu enredo “Puxirum na Amazônia”. O puxirum é um trabalho coletivo de indígenas e caboclos, espécie de mutirão, lado comunitário da festa, o modo de viver das famílias locais. E o boto aparece nele para seduzir a cabocla. No Çairódromo, que é o Lago Verde dos botos, uma explosão de cores e cenários fantásticos mexeu com a imaginação de todos quantos foram assistir ao espetáculo. Ostentando fantasias nas cores branco, preto, azul, verde e vermelho, os brincantes do Boto Cor-de-Rosa levaram uma alegoria que era um cardume simbolizando a fartura da festa, o “Boto-Homem” saiu de um muiraquitã gigante e seduziu a cunhã em cima de uma casa de pescador. O puxirum foi simbolizado por uma enorme casa de palha que se transformou em diversos cenários típicos do Çairé. Uma canoa trazendo um pescador mostrou a importância das catraias para a vila de Alter do Chão. É que os catraieiros são os responsáveis pela travessia dos turistas da vila para a Ilha do Amor, praia de água doce considerada uma das mais belas do mundo. Houve, ainda, homenagem ao Mestre Verequete. 

O tema do Boto Tucuxi este ano foi “Çairé pra dançar”.  As cores vermelho e amarelo predominaram em suas fantasias e alegorias. Os mais de 600 brincantes empolgaram com o ritmo do carimbó. O “Ritual das Saúvas” foi um dos pontos altos. Um formigueiro gigante foi montado no meio do Çairódromo, de onde saúvas saíram em coreografia e, depois, enfrentaram o Curandeiro, que as dominou e fez delas comidas para os deuses. A Rainha do Çairé representou a Saraipora, um dos personagens centrais da manifestação cultural. A Rainha do Artesanato entrou no Lago Verde carregada por uma borboleta gigante. E o jogo de sedução do Boto Homem sobre a Cabocla do Çairé arrebatou o público.  

Alter do Chão, distrito de Santarém, tem seis mil habitantes e recebe, durante o festival do Çairé, cerca de 100 mil visitantes. A festa é considerada a maior e mais antiga manifestação folclórica do oeste paraense.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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