O escritor peruano e Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa, lançou holofotes em âmbito planetário a um crime que acontece em todas as camadas sociais e crenças religiosas, embora muita gente ainda insista em achar que é drama só das famílias pobres: o abuso sexual de crianças e adolescentes. Via de regra, é cometido por familiares, vizinhos ou pessoas próximas que têm autoridade sobre a vítima. Vargas Llosa tinha 12 anos quando foi atacado por um padre. Ele relatou o caso no seu livro de memórias “El pez en el agua”, de 1993, mas, nesta semana, na Feira Virtual do Livro de Cajamarca, no Peru, avaliando que hoje há mais facilidade de abordar o tema em público, o que não era possível na época em que sofreu a violência, aproveitou para alertar que proteger crianças contra abusos é “a primeira obrigação de uma sociedade”. “Quando senti suas mãos vasculhando minha braguilha, fiquei muito nervoso, saí da sala e ele também foi tomado pelo mesmo nervosismo”, disse Vargas Llosa, explicando que conseguiu escapar quando percebeu o que iria acontecer. Mas sabe que, para outros meninos e meninas, as consequências foram trágicas e destruíram vidas. É dever de todos e de cada um denunciar e proteger os vulneráveis.
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