Publicado em: 17 de março de 2025
Por Toutatis! O 41º álbum da saga da icônica dupla de gauleses Astérix e Obélix está prestes a embarcar, pela primeira vez, à Lusitânia, o território correspondente a Portugal na época do Império Romano. O lançamento do álbum “Astérix na Lusitânia” está previsto para 23 de outubro de 2025 e será publicado simultaneamente em 19 línguas e dialetos, incluindo, claro, o português.
A nova aventura, assinada pelo roteirista Fabcaro e pelo desenhista Didier Conrad, explorarará a riqueza histórica, os arquétipos culturais e as paisagens lusitanas, trazendo uma narrativa que celebra a herança de um povo que, assim como os gauleses, resistiu ao domínio romano.
A escolha da Lusitânia como destino da nova história foi guiada por vários fatores, como explicou Fabcaro:
“Era preciso encontrar um destino onde naturalmente nossos amigos ainda não tivessem estado. E, parecendo que não, as opções vão ficando cada vez mais reduzidas, pois os nossos gauleses já fizeram muitas viagens! Depois, eu queria um álbum ensolarado, luminoso, num país mediterrânico que remetesse para férias. E portanto a Lusitânia (que hoje corresponde a Portugal) impôs-se rapidamente. Eu já lá tinha ido várias vezes de férias e sempre adorei! As pessoas são muito calorosas.”
A obra contará com a participação de um personagem que já havia aparecido no álbum “O Domínio dos Deuses” (1971). Segundo Fabcaro, “um antigo homem escravizado lusitano com quem nos cruzámos em ‘O Domínio dos Deuses’ virá pedir ajuda aos nossos amigos”.
O enredo ainda não foi revelado em detalhes, mas o que se sabe é que a história trará elementos da resistência lusitana contra o domínio romano, evocando a bravura de Viriato, o líder guerreiro que desafiou as legiões de Roma e se tornou símbolo de luta pela liberdade.
O embaixador de Portugal na França, José Augusto Duarte, celebrou a inclusão da Lusitânia na saga, destacando as semelhanças entre os lusitanos e os gauleses na resistência contra o império: “Tal como os gauleses, os corajosos lusitanos, comandados pelo bravo Viriato, lutaram contra o Império Romano, defendendo os seus valores, tradições e liberdade. A aliança com Astérix e Obélix nesta luta é bem-vinda.”
Uma das marcas da série Astérix sempre foi o humor baseado em estereótipos culturais, e “Astérix na Lusitânia”promete seguir essa tradição. Entre os elementos que já foram confirmados na história, está a calçada portuguesa, reproduzida na capa do álbum.
O desenhista Didier Conrad revelou que o padrão escolhido para a calçada faz referência ao bacalhau, um dos símbolos mais emblemáticos da gastronomia portuguesa: “Quis homenagear o formidável trabalho dos artesãos que fazem a calçada portuguesa. O desenho de calçada que aparece na capa é de um peixe emblemático do país: o famoso bacalhau.”
Além da calçada, os fãs da série esperam que outros elementos da cultura portuguesa sejam explorados, como a gastronomia, a arquitetura típica e o peculiar jeito de ser dos lusitanos.
Criado por René Goscinny (roteiro) e Albert Uderzo (desenho), o universo de Astérix foi apresentado ao mundo pela primeira vez em 1959, nas páginas da revista francesa Pilote. O sucesso da série cresceu rapidamente e, em 1961, foi lançado o primeiro álbum, “Astérix, o Gaulês”, apresentando ao público o pequeno e astuto guerreiro de bigode farfalhudo e seu inseparável amigo, Obélix, o fortão desajeitado que adora javalis e carrega menires.
A trama se passa na irredutível aldeia gaulesa que resiste às investidas do exército romano comandado por Júlio César, graças a uma poção mágica criada pelo druida Panoramix, que concede força sobre-humana aos habitantes.
Após a morte de René Goscinny, em 1977, e de Albert Uderzo, em 2020, a série passou a ser continuada por novos autores, perpetuando a obra e sua capacidade de se reinventar, explorando novos territórios e incorporando referências contemporâneas.
Desde então, a saga já vendeu mais de 400 milhões de exemplares em todo o mundo, tornando-se um dos maiores sucessos da história dos quadrinhos. “Astérix na Lusitânia”, terá sua tiragem inicial com cinco milhões de exemplares.

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