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O Ministério Público Estadual denunciou onze envolvidos na operação Suplício de Tântalos, deflagrada em 22 de dezembro de 2017, que na época resultou na prisão de oito pessoas, incluindo servidores públicos, por desvio de combustível destinado à usina termoelétrica de Juruti Velho, distrito de Juruti(PA). 

O caso é que a prefeitura, via Secretaria Municipal de Infraestrutura, envia, mensalmente, 30 mil litros de combustível para alimentar o gerador e assim oferecer energia de forma gratuita. Mas, conforme o promotor de justiça Rafael Trevisan Dal Bem apurou, de janeiro a outubro de 2017 o combustível foi desviado. O secretário de Infraestrutura Sebastião Batista Soares assinava requisições de combustível ao posto contratado, especificando a quantidade a ser fornecida e outras informações. Quando a embarcação aportasse na comunidade de Juruti-Velho, a subprefeita Odenilce Barroso Bruce deveria conferir a quantidade. Mas não era feita qualquer conferência, e a quantidade era sempre inferior à enviada. 

Entre janeiro e maio de 2017, o transporte ficou sob a responsabilidade de Marisson Garcia Batista, atual presidente da Câmara Municipal de Juruti e dono das embarcações Tio Reco e Thor, cuja contratação se deu de maneira informal e direta, sem licitação ou processo de dispensa. 

Depois, o combustível passou a ser transportado pela embarcação de Enock da Mota Batista, gerente do Pontão do Davi, e Aldalena da Gama Farias Batista, esposa de Enock e também proprietária da embarcação “Comandante Mota”. 

Conforme o MP, a subprefeita vendia o combustível a terceiros e embolsava o dinheiro. Também contratou diretamente os serviços de Idelcifran Ferreira de Souza, vulgo Tábua, para a realização da limpeza pública em Juruti-Velho, e lhe entregava a título de pagamento, além de valor em dinheiro, 50 litros de combustível por diária. 

Por causa do desvio, a usina não funcionava regularmente, prejudicando a população local, que ficava literalmente no apagão. A subprefeita Odenilce Barroso começou, então, a cobrar o fornecimento de energia elétrica, inclusive com corte em caso do não pagamento. As cobranças rendiam aproximadamente R$ 15 mil mensais, utilizados sem controle ou prestação de contas. Claudinei da Silva Lima, assessor, tinha função de negociar e vender o combustível da Secretaria de Infraestrutura. Alberto Santarém Magalhães, companheiro da subprefeita, prestava auxílio material nas práticas delituosas. Ruberlon Rodrigues do Amaral, assessor, em pelo menos três vezes acompanhou o transporte de combustível até a comunidade. Suelen Siqueira Batista, chefe de gabinete da Secretaria, era com quem Odenilce tratava as situações envolvendo Juruti Velho. Thalia Queiroz de Souza, servidora temporária da subprefeitura de Juruti-Velho, emitia recibos pelos valores recolhidos pelos comunitários para abastecer a usina.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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