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Muita gente gostou da minha última crônica, discorrendo sobre músicas antigas que fazem parte de uma pasta que tenho em pen drive e que ouço quando estou dirigindo. Música é boa para tudo, não é? Como o espaço não foi suficiente e me alongar provavelmente cansaria a leitura, deixo para hoje mencionar mais alguns hits do passado, os quais nunca esqueci e que por vários motivos, continuo ouvindo. “Take me home, country roads” é de John Denver, que ultrapassou a categoria de country music e fez muito sucesso. Aqui em Belém passou um filme com alguns dos seus sucessos na trilha. Essa aí é saudosa daquele que vem pela estrada já antevendo sua terra, amigos e amores. The Electric Soft Parade é uma dupla daquelas dos anos 80, com teclados, mas essa música “Empty in the end” é um hit mortal pela melodia e o solo de guitarra. Jane Birkin é uma musa da minha adolescência, seja na música, seja no cinema. “Comment te dire adieu” tocava nas festas do Netuno Iate Club, no Mosqueiro. Não posso ouvir sem devanear aquela época, tão romântica. “Harvest Moon” talvez seja a música mais bonita de Neil Young e o clip o mostra com a banda e ao mesmo tempo, um casal que seria ele e a esposa, namorando sob a luz da lua cheia. “Love is in the air” talvez seja a única música de sucesso do australiano John Paul Young, mas é impossível não dançar ao ouvi-la, melódica e instrumentalmente. Pegou o meio e a queda da discoteca. Até ficar adulto, nunca havia assistido ao filme “Vivre pour Vivre”, mas o mano Edgar tinha a trilha sonora desde muito e me apaixonei por todas as músicas, principalmente “Des ronds dans l’eau”, cantada por Annie Girardot e Nicole Croisille. Melodia, letra, arranjo, soberbas. “Like a Rolling Stone” não precisa apresentações. Estava zanzando por San Francisco, só, eu e Deus e tocou no walkman o hino de Bob Dylan. Inesquecível. “When you got nothing, you got nothing to loose”. Bem no comeco da música dançante dominar o mundo, havia gente explorando o assunto, como Joe Jeffrey e sua “My Pledge of Love”, que aqui tocou muito nas emissoras AM. Irresistível para cantar e dançar. Eu passava no Rio de Janeiro, Urca, Cine Veneza e continuava em cartaz “Perdidos na Noite”. No rádio rolava “Everybody’s Talking”, com Nilson, música de Fred Neil, ele próprio um looser. O filme é antológico e convido a todos procurar para assistir. Tom Waits esteve por aqui na filmagem de “Floresta das Esmeraldas”. Antes de seguir uma linha bem teatral, com sua voz roufenha, gravou ótimos discos de blues. Mas “I beg your pardon” foi para um filme de Coppola que se revelou fracassado e quase falia o cineasta. Mas a música e o solo de sax são imperdíveis. Fiz uma versão para Walter Bandeira cantar, mas não houve tempo. Eu e minha mulher estávamos em Paris lançando um livro e flanando pelos boulevares, entrávamos em lojas e estava tocando “Love fool”, com The Cardigans. “Love me, love me, say that you love me, fool me, fool me, go on and fool me”. R.E.M quase não lançava “Electrolite”, que ficou tipo última faixa do disco. E no entanto, aquele pianinho, a voz de Stipe e a letra, funcionam. E “Light my fire”, que inicialmente fez sucesso aqui com Jose Feliciano, ao invés dos Doors? Violão excelente, vocal e orquestração magníficos. Quem lembra dos The Turtles? Durou pouco a banda mas entre várias, lançou “Surfer Dan”, que é a cara do final dos anos 60. Super melódica. Vou terminar com Chicago Transit Authority e “25 or 64”, com um solo absurdo de Terry Kath, que morreu pouco tempo depois em acidente caseiro, quando deu um tiro na cabeça. Há várias outras e menos espaço. Lembrei de você novamente.

Edyr Augusto Proença
Paraense, escritor, começou a escrever aos 16 anos. Escreveu livros de poesia, teatro, crônicas, contos e romances, estes últimos, lançados nacionalmente pela Editora Boitempo e na França, pela Editions Asphalte.

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