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Leandro Machado, o autor, me enviou um exemplar. O livro físico não está à venda, mas na Amazon, em versão digital. Gostaria muito que a Nauta ou outra editora o relançasse. “Kaapora” é a pura literatura amazônida, escrita por um marajoara, nascido em Breves, formado em Letras pela Ufpa Marajó. É verdade que os textos têm muita conexão com meu livro ‘Pssica”, mas isso tem a ver com a verdade vivida naquelas paragens. O enredo mistura de maneira criativa várias histórias, desde ratos d’água, escravas brancas, crianças prostituídas, políticos corruptos e mães, sempre elas, desesperadas atrás de seus filhos, ignoradas e espancadas por maridos ignorantes. A linguagem é maravilhosa, com nossos termos, nosso palavreado, nossas cenas. Há pouca descrição, diálogos fortes e rápidos, urgentes e uma violência desmedida. Enquanto isso, a “Kaapora”, mato bonito na tradução, segue impávida, assistindo e quem sabe, reagindo à sua maneira, lentamente, para expulsar-nos de sua carne, avançando sobre as selvas de concreto, de onde vêm esses malvados. Parabéns.

Edyr Augusto Proença
Paraense, escritor, começou a escrever aos 16 anos. Escreveu livros de poesia, teatro, crônicas, contos e romances, estes últimos, lançados nacionalmente pela Editora Boitempo e na França, pela Editions Asphalte. Foto: Ronaldo Rosa

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