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Os jornalistas Amanda Aguiar, Felipe Melo, Cris Paiva e Adison Ferrera foram demitidos do Diário do Pará, RBA TV e do Diário On-Line porque integraram o grupo que organizou o movimento Jornalista Vale Mais. A direção do grupo nega, mas qualquer pessoa com inteligência mediana percebe o nexo causal: no primeiro dia útil depois dos 45 dias de estabilidade, fruto do acordo que encerrou a greve – firmado no dia 27 de setembro entre o sindicato e o grupo RBA – os jornalistas foram recebidos por uma funcionária do RH na portaria da empresa, e nem puderam entrar no jornal.

 


Logo depois do fim da greve, os jornalistas já tinham sido obrigados a trocar de horários e de editorias.
 
O direito à greve é amparado pela Constituição Federal. As retaliações são descabidas e prejudicam a imagem do próprio jornal e do grupo perante a sociedade. Tanto que, depois de toda a repercussão negativa que a greve teve na imprensa nacional, a nova leva de demissões já foi divulgada pelo Portal Imprensa. A  reintegração é medida que se impõe, em respeito aos princípios constitucionais da liberdade de manifestação e de expressão, tão duramente conquistados em nosso País como arcabouço da legislação pátria, e que o grupo RBA sempre assumiu o compromisso de defender.

 O Sinjor-PA de imediato divulgou nota de repúdio:
 
O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) repudia a demissão coletiva de jornalistas, iniciada nesta segunda-feira, 18, pela Rede Brasil Amazônia de Comunicação (RBA), de propriedade da família Barbalho. A medida anti sindical ocorre ao final do prazo de estabilidade de 45 dias, firmado em acordo com o Sinjor-PA, numa flagrante retaliação aos participantes do vitorioso movimento paredista, que conquistou 30% de reajuste salarial em outubro passado e que chegará a 50% em abril de 2014.

Até o final da tarde, quatro jornalistas haviam sido demitidos, sendo dois do jornal Diário do Pará, uma da TV RBA e outro do portal Diário On Line. A assessoria jurídica do Sinjor-PA está estudando as providências jurídicas cabíveis, com o objetivo de resguardar os direitos dos jornalistas atingidos.

Na condição de legítimo representante dos profissionais jornalistas no Estado do Pará, o Sinjor-PA manifesta total solidariedade aos colegas que tiveram a coragem e a dignidade de romper com o círculo vicioso de super exploração do trabalho e de tratamento desumano a que estavam submetidos nas dependências da RBA. Os frutos dessa luta histórica, que chamou a atenção da sociedade e conquistou o apoio de vários sindicatos e, especialmente, dos jornalistas brasileiros, não se perderá. A força e a organização dos jornalistas foram testadas. A patronal, que tanto resistiu em valorizar os jornalistas, teve que ceder. Provamos que não há jornal sem jornalista e, muito menos, prêmios de jornalismo.

Diante disso, conclamamos todos os jornalistas a se envolverem num grande movimento de solidariedade que busca, sobretudo, a justiça para com os excelentes profissionais atingidos e também pelos que ainda poderão vir a ser atingidos por esse corte arbitrário.

Não podemos baixar a cabeça, não podemos fraquejar. Agora, mais do que nunca, precisamos nos unir, e, de forma prática, lutar para conseguir reinserir nossos colegas no mercado de trabalho. Hoje foram eles, amanhã poderá ser qualquer um de nós.”

 
Neste sábado, haverá assembleia geral no Sinjor-PA, às 10h, a fim de tratar da questão. Todos lá!
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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