As delações premiadas do grupo JBS já atingiram em cheio ex-governadores e governadores de pelo menos cinco estados: Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Rio Grande do Norte.
Wesley Batista disse que deu propina para o ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), que pediu R$ 20 milhões em 2014, oferecendo em contrapartida a liberação de R$ 110 milhões de créditos do ICMS. R$ 9,8 milhões foram repassados por notas fiscais falsas e R$ 10,2 milhões por doações oficiais a vários candidatos. Cid, claro, nega.
Ricardo Saud falou que dava propina ao atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, em parcelas de R$ 300 mil que chegaram a R$ 3,6 milhões, desde agosto de 2013, quando Pimentel era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na gestão de Dilma Rousseff.
O delator afirmou que Pimentel pediu o dinheiro para a campanha ao governo de Minas, e que tudo foi repassado para o escritório de advocacia Andrade, Antunes e Henriques, via notas frias. Fernando Pimentel alega falta de provas e que não tem qualquer ligação com o tal escritório.
O delator afirmou que Pimentel pediu o dinheiro para a campanha ao governo de Minas, e que tudo foi repassado para o escritório de advocacia Andrade, Antunes e Henriques, via notas frias. Fernando Pimentel alega falta de provas e que não tem qualquer ligação com o tal escritório.
Já o enroladíssimo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) recebeu mais de R$ 27 milhões em propina da JBS, em troca uma fábrica na cidade de Piraí. O dinheiro serviria para financiar a campanha de Luiz Fernando Pezão ao governo do Rio e de candidatos a deputado e também à compra de apoio de partidos políticos. Cabral queria R$ 40 milhões. Acabaram fechando em R$ 27, 5 milhões. Pezão não participou das negociações.
Wesley Batista delatou negociação semelhante com o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), que recebeu R$ 30 milhões em troca de concessão de créditos de ICMS no valor de mais de R$ 70 milhões. Os pagamentos foram feitos entre 2012 e 2014, de diversas formas, em dinheiro vivo, através de notas fiscais frias. E parte era paga por doleiro para terceiros que eles indicaram. Silval Barbosa também era candidato ao governo e pediu contribuição de campanha, além de vantagens indevidas.
Em 2014 a JBS acabou sendo autuada pela Secretaria de Fazenda de Mato Grosso em cerca de R$ 180 milhões.
O dono, então, procurou o governador e, em reunião com os secretários de Fazenda e de Indústria e Comércio, decidiram confeccionar um documento retroativo, que estendia o Prodeic a todas as indústrias do Estado e livrava a JBS da autuação. Silval Barbosa nega.
O dono, então, procurou o governador e, em reunião com os secretários de Fazenda e de Indústria e Comércio, decidiram confeccionar um documento retroativo, que estendia o Prodeic a todas as indústrias do Estado e livrava a JBS da autuação. Silval Barbosa nega.
Na delação de Saud, o governador do Rio Grande do Norte Robinson Faria e o filho dele, deputado federal Fábio Faria, ambos do PSD, são citados por terem recebido propina de R$ 10 milhões em dinheiro vivo, destinados à campanha eleitoral de 2014. Em troca, a JBS seria beneficiada em uma concorrência para privatização da Companhia de Águas e Esgotos do Estado. O governador diz que ele e o filho, Fábio, conheceram os representantes da JBS no período eleitoral, receberam doações da empresa e que todas foram registradas na Justiça Eleitoral, sem promessa de qualquer contrapartida, e que não pretende privatizar a Companhia de Águas e Esgotos do Estado.
Como diz aquele filósofo mudo; hummmm… hummmm…
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