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Nesta terça-feira, 14, às 18h30, a jornalista e economista amazonense Marilza de Melo Foucher lança em Belém o livro de memórias “Fragmentos de tempos vividos”, no ICA – Instituto de Ciências da Arte, da Universidade Federal do Pará (Praça da República, entre o Theatro da Paz e o Teatro Waldemar Henrique). A obra é uma coletânea de mais de trinta crônicas curtas, recheadas de memórias, aspectos pessoais e vivências que surgiram sem censura, de uma nortista brasileira radicada em Paris há mais de quarenta anos.

Fragmentos de Tempos vividos vem recebendo boas críticas, de jornalistas e intelectuais de todo o Brasil. João de Jesus Paes Loureiro, poeta, escritor e autor, entre outras, de Andurá: onde tudo é e não é e Cultura amazônica: uma poética do imaginário (Valer), escreveu sobre a obra: “Essas narrativas curtas são a tua maior vocação e experiência. Estão muito boas, atraentes, reflexivas, críticas, testemunhais. E são uma importante revelação do teu trajeto antropológico”.

Sobre o livro, diz a socióloga Edna Castro, outra referência intelectual no Pará: “Este livro tem o valor da memória como construção coletiva e compartilha de forma generosa e com muito humor aos leitura. Um toque de franco-amazônida que torna o livro de agradável leitura. Gutemberg: escritor baiano, professor aposentado da UFPA: “O texto é fluente, claro, maduro, revelador de uma trajetória que vem, retrospectivamente, da França para a juventude na Amazônia, com quase nenhum registro da infância”. De Rosa Acevedosocióloga, antropóloga, historiadora, professora e escritora: “O livro é a Marilza, ao vivo, com olhos, palavreio, forma de comunicar e gestos. Parece que os motivos são esses: falar da vida vivida e tecer todos os fios possíveis”.

Em Manaus outra crítica contundente foi a de Marilene Corrêa, socióloga, professora da Ufam e autora de O Paiz do Amazonas e Metamorfoses da Amazônia, que ressaltou: “Terminei por prazer! Recomendo as aventuras de Marilza da maturidade à infância. Cortes precisos, subtítulos estimulantes, autocompreensão clara e livre de censuras. Contexto literário e narrativo rico! Registros históricos com leveza, assim como a autoavaliação da militância, sensível, direta. Conexões de personagens e de outro dos intelectuais de Paris.”

Outras crônicas literárias estimulam a leitura do livro: Helena Hirata, filósofa, Dra. em Sociologia Política, diretora de pesquisa emérita do CNRS – Paris, pesquisadora colaboradora da USP – São Paulo: “Marilza descreve com fineza e espírito crítico as diferenças entre os «arrondissements» de Paris e entre Paris e um subúrbio como Viroflay, insuflando alma a esses territórios, descrevendo personagens e lutas coletivas que neles se organizam. Seu livro se lê como um romance, pois sua vida é romanesca! Gostei muito também dos capítulos em que Marilza corre o mundo (Argentina, Paraguai, Indonésia etc.) no seu papel profissional de especialista em desenvolvimento e em cooperação internacional, trabalhando para diminuir as injustiças sociais, seu primeiro objetivo na juventude, mantido como objetivo central ao longo de sua vida embora os anos passem, as filhas cresçam, as netas também. O fim do livro, que traça a memória da infância e da família de origem em Boca do Acre, fecha com a memória dos primeiros anos de vida esse romance de aprendizagem e de formação.”

Marcia Tiburi, filósofa, escritora e artista plástica, afirma: “Marilza de Melo Foucher escreveu uma espécie de autobiografia sincera e íntima relatando momentos importantes e curiosos desde que ela precisou sair do norte do Brasil nos anos de chumbo. (…) A mulher livre e imigrante, a ativista e a trabalhadora viajante que conheceu profundamente o Brasil e a América Latina, compõem uma personagem da vida real que nos aproxima do caráter extraordinário da vida ordinária. Sugiro fortemente a leitura desse livro encantador.”

Para Rosa Freire Furtado, jornalista, tradutora dos grandes clássicos da literatura francesa e escritora: “Deliciosos os relatos. (…) Marilza desfia, num livro de 220 páginas e muito bem escrito, suas peripécias, que não foram poucas, e incluem cemitérios e delegacias de polícia. Ela, nascida em Boca do Acre, criada em Manaus, logo teve de trocar o mundo da canoa pelo mundo do metrô;(…) E já nem falo dos vários namoros que ela conta com muita graça – até conhecer o Pascal, esse, sim, amor definitivo”.

Além dessas recomendações, outros intelectuais também se deliciaram ao ler a obra de Marilza Foucher, como Mônica Raisa Schpun, doutora em História e Diretora Editorial de Brésil(s) – Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais: “Li com imenso prazer o livro de Marilza de Melo Foucher, Fragmentos de tempos vividos. Trata-se de um livro de memórias que cobre várias décadas, desde a chegada da autora a Paris, onde acabou se enraizando, até o presente, com incursões em suas raízes do Norte do Brasil. As descrições dos ambientes e personagens que atravessaram a vida da autora nesses anos são sempre vivas e permeadas por reflexões sobre o que cada espaço, cada pessoa, cada relacionamento trouxe para sua experiência migratória. Tanto essas reflexões posteriores quanto a evocação daquilo que vivenciou em cada momento são marcadas por uma grande liberdade de espírito, de atos e escolhas, traço que mais apreciei nessa leitura envolvente”.

Paulo Lima, jornalista e editor da revista Balaio de Notícias, ressaltou: “O livro é composto por crônicas memorialísticas que mostram essa guinada em sua vida. A primeira metade é dedicada à sua chegada e adaptação em Paris, onde vive há mais de 40 anos, casou-se e constituiu família. Na outra metade, Marilza se volta às suas origens acreanas e a viagens de trabalho ao redor do mundo. Marilza, porém, mergulhou com intensidade nessa nova vida, realizando sua própria revolução, que ela rememora com entusiasmo”.

Sebastião Valasco e Cruz, sociólogo, cientista político, escritor, pesquisador 1 A do CNPq e professor de Ciências Políticas/Unicamp, sintetiza: “A impressão inicial confirmou-se sobejamente: as histórias são deliciosas e estão muito bem contadas.”. Doutora em Estudos da América Latina (Economia) no Institut des Hautes Études en Amérique Latine – Sorbonne, Marilza de Melo Foucher é pós-graduada em Análise Regional e Organização Espacial, no Instituto de Estudo do Desenvolvimento Econômico e Social – IEDES – Paris – Sorbonne, especialista em Planejamento Regional do Desenvolvimento – OEA – Universidade Federal do Cear – CETREDE e bacharela em Administração pela Faculdade de Ciências Econômicas da UFAM.

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