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FOTOS: CARLOS SODRÉ 
Encerra hoje uma das mais antigas e bonitas manifestações culturais do
Pará: a Marujada, que integra a festividade em honra a São Benedito, padroeiro
de
Bragança, e cuja
origem é ligada os remanescentes dos escravos negros na região. A Irmandade –
entidade que, hoje, participa ativamente da festa juntamente com a igreja
católica – foi fundada em 1798 e neste umbral de 2013 congrega cerca de 1.200
associados, embora a Marujada propriamente dita – manifestação cultural – seja
aberta a qualquer pessoa.
Para participar e
só saber dançar e estar vestido a caráter. Os trajes dos marujos se diferenciam
pela cor. No dia de Natal, as vestimentas têm predomínio do azul. Já no dia 26,
data em que se comemora São Benedito, o tom em destaque é o vermelho, ambos
conjugados com o branco, que aparece, por exemplo, nas blusas das marujas e nas
calças dos marujos. O chapéu pode ter fita vermelha ou azul.
São as mulheres de
Bragança que comandam a Marujada, onde os homens têm um papel secundário, todos
subordinados à “capitoa”, sempre a
mais velha do grupo, que, tradicionalmente, oferece o café da manhã para os
marujos e marujas. Em seguida, na igreja, acontece a ladainha de São Benedito. Após
as orações, os devotos dão início às danças, no barracão, ritmadas por roda,
retumbão, chorado, mazurca, valsa e xote bragantino. Lá, o almoço é oferecido
por um devoto, promesseiro ou marujo, chamado de juiz ou juíza, em
agradecimento a uma graça alcançada.
São Benedito teve uma vida de humildade
e dedicada aos outros. Negro e pobre, exerceu diversas atividades domésticas,
incluindo a de cozinheiro, mesmo depois de já ter entrado para o convento, de
onde, reza a lenda, tirava às
escondidas mantimentos para alimentar os famintos nas ruas. Diz o Ofício Litúrgico de São Benedito do próprio da
Ordem Franciscana: “Benedito que
pela sua cor preta foi chamado o santo preto
“.
Que seu exemplo
inspire muitos outros e a alegria de sua festa contagie todos os corações. Confiram as fotos do evento.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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