Publicado em: 2 de junho de 2025
Na próxima terça-feira, 3 de junho, no espaço Na Figueredo, a partir das 19h, a marca Aracê lança sua segunda coleção de camisetas em uma noite de arte, memória e resistência, costurada por vozes, estampas e ancestralidades que narram a floresta a partir de dentro.
Idealizada pelas irmãs Andréa, Inês e Adriana Silveira, que atuam, respectivamente, nas áreas de fotografia, produção cultural e educação, a Aracê nasce do desejo coletivo de contar a Amazônia para além dos clichês exóticos. “Não estamos falando apenas de camisas, mas de narrativas gráficas que educam, provocam e pertencem. A gente quer comunicar a Amazônia a partir de dentro, com respeito aos saberes e com a ousadia da arte”, explica Adriana Silveira.
A nova coleção traz estampas criadas pelos artistas visuais Zélio e Thalis, inspiradas em grafismos indígenas, nas cores da biodiversidade amazônica e nas memórias ancestrais que habitam o território. “Nos interessa essa Amazônia que se move, que não é paisagem, mas linguagem. Que se inscreve na pele, no gesto e na ideia”, pontua Zélio, integrante do núcleo artístico da Aracê.

A proposta da Aracê é ser ponte e plataforma para vozes amazônidas. No lançamento, a presença de artistas como Sonira Bandeira, Marcele Almeida, Sandrinha Eletrizante, Renato Torres e Gigi Furtado transforma a passarela em palco de encontros entre visualidade, som e corporeidade. A trilha sonora do evento contará com Renato Torres, que levará ao público um repertório inédito conectado à ancestralidade afro-indígena e à espiritualidade da natureza. “Moda, poesia, música — tudo isso está junto quando a gente acredita no que faz, e faz daqui pra dentro”, afirma o músico.

Gigi Furtado, acompanhada do músico JP Pires, completa o time de atrações, e destaca a potência simbólica da roupa como instrumento de expressão. “O figurino é a voz oculta do espetáculo. Vestir uma peça inspirada na Amazônia é assumir um lugar, uma fala. Moda e música, quando caminham juntas, têm o poder de emocionar e de marcar uma presença que é estética e política”, diz.
A produtora Inês Silveira, articuladora do projeto, afirma que o evento foi pensado como um espaço de comunhão entre diferentes formas de narrar o território. “A Amazônia não pode mais ser tratada como produto exótico. O que a gente quer é provocar um outro olhar — de dentro, de pertencimento, de continuidade. Moda é comunicação, e quando ela se junta à música e à arte, ela vira discurso vivo”, defende.
Comentários