Publicado em: 24 de abril de 2025
Menor. Íntimo. “Joana” está de volta, com Zê Charone, dirigida por Olinda Charone, produção do Grupo Cuíra. Agora não há mais a casa, física, e suas cortinas. É a atriz e seu texto. A atriz e seu balé corporal. A melodia do texto envolvendo a platéia. Há um blackout e inicia o ato teatral. Há luzes, música, há a atriz e seu figurino, seus elementos de cena. Ela diz seu texto e na platéia, onde antes havia um pequeno espaço, estamos no quartinho em que Joana mora. Sentimos o cheiro abafado, roupas amontoadas, uma ou duas cadeiras, um carrinho desses de compras, já meio grogue. Joana veio através do médico Raimundo Geraldo Salles, meu amigo. Havia um livro, à venda na Amazon e alguns depoimentos. Como autor, acrescentei detalhes para dar à história de uma mulher, respiração teatral. Uma mulher que veio dos confins de Goiás e foi parar na construção da barragem de Tucuruí, onde foi rainha, poderosa, namoradeira e com o término da obra e o consequente abandono da cidade pelos operários, técnicos e engenheiros, desaba do mais alto posto, esborracha-se literalmente. É preciso ser muito forte para viver tudo isso. Joana é forte. Essa força descobre no dia a dia, experiencia após experiencia. Nas derrotas e pequenas vitórias. Zê Charone/Joana faz-nos rir e nos desconcerta com seus causos. E depois nos desarma quando a festa acaba e ela diz, como o bardo, “eu não me arrependo de nada. Nem do bem, nem do mal que me fizeram. Está escrito, está feito, caso encerrado”. E termina com uma grande cena, deixando tudo em cima, mostrando que a vida é para ser vivida. Para guardar nossos momentos. O dia a dia. O bem e o mal. Uma grande atriz, uma grande diretora, Zê e Olinda, de tantos e grandes espetáculos. Já pensaram há quantos anos elas demonstram sua excelência em seus trabalhos? Por isso eu vos convido a assistir a “volta de “Joana”. Estará neste sábado, no “bar do Bené”, ali no Porto do Sal, ingressos grátis. Joana quer ser vista, quer oferecer essa maravilhosa história para quem quiser assistir. No Porto do Sal? Sim. E em seguida, na Vila da Barca. Vamos assistir “Joana”?
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