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Na quarta-feira passada, dia 24, a audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, em Brasília, era para discutir a gravíssima situação na Terra Indígena Yanomami, mas o clima de enfrentamento entre bolsonaristas e lulistas inviabilizou o debate. O deputado federal Éder Mauro (PSD-PA) disse que os indígenas eram “fakes e de iPhone 13”. Por sua vez, a deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA) respondeu: “fake é essa sua peruca!” e ficou gritando atrás dele. Já se tornou comum os políticos paraenses protagonizarem vergonhosas e patéticas cenas no plenário da Câmara Federal e do Senado, com troca de agressões e ameaças, além de expressões machistas e preconceituosas contra mulheres, indígenas e quilombolas. Ambos erraram e desonraram os respectivos mandatos. A audiência acabou suspensa após o tumulto.

Os representantes do Pará precisam entender que não foram eleitos para gritar ofensas, sejam lá a quem forem dirigidas, e sim para trabalhar com coerência e honestidade pela população, que deve ser representada com dignidade e respeito.

A audiência tinha a participação do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Anderson Torres, convidado para prestar esclarecimentos sobre a morte de crianças Yanomami na comunidade Macuxi Yano, no dia 12 de outubro, no município de Alto Alegre (RR), quando dois menininhos, de 5 e 7 anos, brincavam no rio quando foram sugados pela draga de um garimpo ilegal que opera na região. Além dessas duas mortes, outros dois pequeninos curumins morreram afogados após caírem no rio enquanto fugiam de disparos de garimpeiros no mês de maio, na região do Palimiu, também em Roraima.

Pelo menos quatro das 15 comunidades que vivem na Terra Indígena Yanomami denunciaram ataques nos últimos meses: Yakepraopë, Maikohipi, Korekorema e Tipolei. A audiência deveria obter respostas urgentes do Estado brasileiro para a situação vivenciada pela etnia Yanomami.

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