Com o plenário todo enfeitado com origamis de passarinhos, lanternas e outros adereços típicos japoneses com as cores das bandeiras do Brasil e do Japão, hoje foi realizada uma das mais bonitas sessões solenes da Alepa, alusiva aos 120 anos da assinatura do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação Brasil-Japão. A colônia nikkei se fez representar pelo corpo diplomático e também por suas entidades culturais, além de descendentes de japoneses que se destacam em suas atividades. Isseis (japoneses de primeira geração, nascidos no Japão), nisseis (filhos de japoneses), sanseis (netos de japoneses) e yonseis (bisnetos de japoneses) estavam presentes, entre eles o cônsul do Japão no Pará, Masahiro Kobayashi, o presidente da Associação Pan-Amazônica Nipo-Brasileira, Yuji Ikuta, e o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Nipo-Brasileira do Pará, Fernando Yamada, que também é presidente da Associação Brasileira de Supermercados e do Conselho Deliberativo do Sebrae-PA.
A plateia assistiu a um emocionante show de Taiko pelo Grupo Kodon, danças japonesas pelo Minyo Club e uma apresentação de Koto pela Associação Cultural de Koto de Belém. Taiko é um instrumento de percussão japonesa que surgiu há mais de dois mil anos e que já serviu a propósitos militares, religiosos, teatrais, musicais e práticos, devido ao seu som vibrante, vigoroso e místico. Não é, unicamente, tambor japonês. Refere-se tanto ao instrumento quanto à prática dessa arte, que incorpora e expressa sentimentos, além de por em prática valores morais e sociais em busca de um constante aperfeiçoamento do ser. Já o Koto é um tradicional instrumento musical introduzido no Japão no século VI, originário da China, com 13 cordas de seda ou nylon e duas pranchas de Kiri, uma madeira muito antiga, de aproximadamente 180 cm, semelhante a uma cítara, de som suave e doce. Assim como o piano e o violino, o Koto também é ensinado nas escolas do Japão, desde as séries iniciais.
Em seu pronunciamento, que foi uma verdadeira aula de história, o presidente da Associação Nipo-Brasileira contou como foi para a colônia nikkei do Pará se tornar a terceira maior do Brasil: o então governador Dionísio Bentes, assim que tomou posse, visitou a Embaixada do Império do Japão, que na época era situada em Petrópolis, no Rio de Janeiro, e fez a proposta para o primeiro embaixador do Japão no Brasil, Shichita Tatsuke, oferecendo uma grande área de terra, às margens do rio Capim, na região do Acará, com 500 mil hectares, para abrigar os japoneses interessados em recomeçar a vida na Amazônia.
Entusiasmado com o projeto, o embaixador Tatsuke enviou um relatório ao governo japonês. Sem dinheiro para arcar com os altos custos de uma expedição ao Brasil, o governo acabou recorrendo a Yamaji Muto, presidente da empresa têxtil Kanebo, que, em 8 de março de 1926, enviou a primeira missão para a Amazônia.
Entusiasmado com o projeto, o embaixador Tatsuke enviou um relatório ao governo japonês. Sem dinheiro para arcar com os altos custos de uma expedição ao Brasil, o governo acabou recorrendo a Yamaji Muto, presidente da empresa têxtil Kanebo, que, em 8 de março de 1926, enviou a primeira missão para a Amazônia.
O presidente da Alepa, deputado Márcio Miranda, destacou que a sessão foi requerida pelo deputado Renato Ogawa, o segundo nikkei a ter assento como deputado estadual, e homenageou o primeiro deputado nikkei do Pará, Theodoro Nagano(1993-1995), presente na sessão. Também fez um breve relato da imigração japonesa, enfatizando a perfeita integração entre povos tão distintos. “Essas homenagens são gestos de gratidão e respeito e em nome do parlamento do Pará e dos 41 deputados, quero afirmar o compromisso com o estreitamento dos laços de amizade e cooperação com o povo japonês”, concluiu.
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