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Foto: Cristino Martins
A barreira da língua tem disso. Na abertura da Feira do Livro, em meio à celebração cultural Brasil-Japão, só os japoneses perceberam uma, digamos, quebra do protocolo. É que no momento do Kagami-wari (cerimônia japonesa em que se quebra a tampa de um barril de saquê e serve para brinde), foram distribuídas marretas para todas as autoridades na mesa oficial, devidamente paramentadas com o quimono vermelho de festa. Aí o embaixador do Japão no Brasil, Kunio Umeda, virou para o governador Simão Jatene e falou – em japonês – orientando que iria contar até três e então – e só então – todos deveriam dar uma marretada em cima do barril. Pois bem. No que o embaixador contou “um” Jatene, rápido e fagueiro, deu logo a marretada. O embaixador e o cônsul ficaram surpresos mas não deram pinta, como convém, aliás, a um povo educadíssimo.  O prefeito Zenaldo Coutinho e o presidente da Alepa, Márcio Miranda, também não se deram por achados e trataram de marretar a tampa. A quebra do tampão de barril de saquê fermentado (vinho de arroz) só acontece nas ocasiões festivas japonesas. A bebida é servida enquanto rufam os tambores nipônicos. É um ritual xintoísta, que tem o significado de derramar bênçãos.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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