Quase três em cada quatro hectares (70%) queimados no Brasil foram de vegetação nativa, principalmente em formações campestres, que representaram um quarto (24,7%) de toda a área queimada nos oito primeiros meses deste ano. Com 5,65 milhões de hectares queimados, o mês de agosto responde por quase metade (49%) da área queimada no país desde janeiro deste ano. É o que mostra o mais recente levantamento do Monitor do Fogo, do MapBiomas. Essa extensão é equivalente a todo o estado da Paraíba (que tem 5,6 milhões de ha). Na comparação com agosto de 2023, foi um salto de 149%. Isso significa que 3,3 milhões de hectares foram queimados a mais no mês passado na comparação com agosto de 2023. Foi o pior agosto da série do Monitor de Fogo, iniciada em 2019. Quase dois terços (65%) da extensão queimada em agosto foi em vegetação nativa.
Nos dois milhões de hectares queimados na Amazônia, trinta por cento são áreas de formação florestal. A combinação de atividades humanas e condições climáticas desfavoráveis, como a seca, intensifica a ocorrência de incêndios, especialmente em áreas de vegetação nativa.
O total acumulado destruído pelo fogo desde janeiro mais que dobrou em relação ao mesmo período de 2023. Foram 11,39 milhões de hectares – 6 milhões de hectares a mais, ou um crescimento de 116%, na comparação com o ano passado.
Mato Grosso (2,3 milhões de hectares), Roraima (1,99 milhão de ha.) e Pará (1,56 milhão de ha.) respondem por mais da metade (52%) da área queimada no período, e é no Mato Grosso do Sul que fica o município com maior área queimada entre janeiro e agosto de 2024: Corumbá (616.980 hectares). São Félix do Xingu (PA) e Amajari (RR) vêm na sequência, em segundo e terceiro lugares, com 277.951 hectares e 250.949 hectares, respectivamente.
Os três estados que mais queimaram nos oito primeiros meses deste ano ficam na Amazônia – bioma que concentrou 48% de toda a área queimada no Brasil no período: 5,4 milhões de hectares.
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