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O Hospital Ofir Loyola atende 6 mil pacientes mês, mas a demanda por tratamento de câncer é muito maior, e muitos doentes ficam desassistidos. Para piorar essa dramática situação, nesta semana serão demitidos 86 servidores. A direção, em entrevista coletiva ontem, jura que o atendimento não será prejudicado. Como não, se os servidores, inclusive médicos, já trabalham no limite humano?

É público e notório que o atual governo encontrou o HOL sucateado, com um acelerador linear de última geração, fundamental para o tratamento do câncer, literalmente jogado às traças durante três anos no almoxarifado, enquanto a então vice-governadora e secretária de proteção social posava visitando os doentes desassistidos, abraçando criancinhas e distribuindo óculos nas escolas.

Esse aparelho está em fase final de testes e outros dois aceleradores em funcionamento serão trocados por novos até 2010. Já chegou ao hospital um novo tomossimulador, vindo dos EUA, e, em breve, chegará mais um aparelho de Braquiterapia. Além do Parque de Radioterapia, UTI e Pediatria, outros setores da instituição também estão recebendo investimentos, a fim de ampliar a capacidade de atendimento em cerca de 30%. O Estado já investiu cerca de R$ 10 milhões em apenas três anos no HOL.

Entretanto, insisto: por que a construção do hospital oncológico pediátrico não está avançando? Por que não foi encontrada uma saída legal adequada – e necessária – para não desfalcar o HOL de servidores, justamente quando divulga esforços para ampliar atendimento, se até agora não foi realizado concurso público a fim de preencher essas vagas? Será que a direção não vê que os maiores prejudicados são os pacientes pobres e desassistidos, que sofrem dores lancinantes?

O blog apela à governadora Ana Júlia Carepa no sentido de que convoque seus assessores – não para ouvir o que não pode – e sim para que encontrem uma solução, que proteja o bem jurídico mais precioso que está em jogo, a vida da população.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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