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Os juízes Wanderley de Oliveira, titular da 3ª Vara
da Infância e Juventude de Belém, Deomar Barroso, da 3ª Vara Criminal de
Abaetetuba, e Ana Lúcia Bentes Lynch, da Vice-Presidência do TJE-PA, à
disposição da Coordenadoria dos Juizados Especiais, reuniram com o bispo do Marajó, Dom
José Luiz Azcona, Irmã Henriqueta Cavalcante e Franssinete Florenzano, da
Comissão Justiça e Paz da CNBB Norte II, a fim de tratar de estratégias de
combate aos abusos contra crianças e adolescentes, que se traduzem na
exploração sexual, no trabalho infantil e violência física e psicológica. Em
Melgaço, no arquipélago do Marajó, o delegado de polícia Rodrigo Amorim vem
desenvolvendo, com sucesso, a Operação Meninas do Rio, de resgate das chamadas
“meninas balseiras” no rio Tajapuru. A
equipe de jornalismo da
TV Aparecida, da CNBB, produziu um documentário  intitulado
“Desafios da Igreja: Ilha de Marajó” sobre o drama dessas meninas e o trabalho hercúleo
e corajoso do bispo Dom Azcona, que vai ser reapresentado hoje às 19h, no canal
27, e d
urante a 53ª
Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que começou no
último dia 15 e encerra na sexta-feira, 24 de abril.
A reportagem verificou a constante violação dos direitos humanos na
região. Abusos sexuais contra crianças e adolescentes, exploração sexual
infantil e tráfico humano e de drogas e armas, dentre outras atrocidades. Pelas
denúncias que faz desde 1983, Dom Azcona sofre ameaças de morte, mas continua o
seu trabalho evangelizador e não aceita ser escoltado.
O jornalista José Eymard, da TV Aparecida, fala da realidade chocante: “_Uma das questões mais difíceis para nossa equipe, eu, a
produtora Nazaré e o cinegrafista Fernando Marinho, foi a exploração sexual
infantil, nós estivemos próximos de cenas assim, não da exploração em si, mas
de crianças que estavam nas balsas e poderiam ser exploradas se não tivéssemos
chegados antes. Quero que as pessoas tenham essa sensibilidade de perceber como
o trabalho da Igreja no Marajó é importante, e como lá é um lugar que precisa
das nossas orações e nossas ações físicas”.
A produtora responsável pelo projeto, Nazaré Soares, redatora-chefe do
departamento de jornalismo, também ficou muito impactada com o que viu e ouviu.
“_Fui para o Pará sabendo da situação das cidades ribeirinhas, mas quando
cheguei percebi que a situação era pior, e
xistem famílias que vivem
apenas com $35 do Bolsa Família por filho e, para melhorar de alguma forma essa
situação financeira, mandam seus filhos para vender nas embarcações qualquer
tipo de produto, até o próprio corpo
. Não dá para ser apenas
jornalista quando você vê cenas de uma menina de 11 anos, desamparada em um
abrigo social, vítima de um abandono dos pais, que naquela região é normal.

Os próprios pais incentivam e as crianças acostumadas já ficam na
espera das balsas que fazem a travessia do rio Tajapuru entre Macapá e Manaus
passando assim pela cidade”,
relatou.

Melgaço, no arquipélago do Marajó(PA), detém o mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as cidades do Brasil. Metade dos moradores não sabe ler nem escrever, 12 mil dos 24 mil habitantes da cidade não são alfabetizados, e apenas 681 pessoas frequentam o ensino médio. Dos trabalhadores, só 900 têm carteira assinada e 50% das gestantes são adolescentes. os dados são do censo do IBGE publicado em 2012. 

Assistam aqui ao documentário, clicando aí em cima. Essa tragédia é da conta de cada um e da sociedade como um todo. É preciso aglutinar forças e agir.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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