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A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa aprovou projeto de lei declarando e reconhecendo o Instituto Histórico e Geográfico do Pará de utilidade pública estadual. A iniciativa é do presidente da CCJ, deputado Raimundo Santos(PEN) e o relator, o líder do Governo, deputado José Megale(PSDB). O IHGP tem 114 anos de criação. É uma associação cultural e científica do Estado, representada por personagens da historiografia e intelectualidade. Tem 40 sócios efetivos, ocupantes das cadeiras, e cada uma delas representada por um patrono.
Instituição científica e cultural localizada no emblemático bairro da Cidade Velha, em Belém, ao lado da Alepa, sua fundação remonta a 3 de maio de 1900. 

Domingos Antonio Raiol, o Barão do Guajará, herdou o prédio ao se casar com a sobrinha do Visconde de Arari, tornando-se, ele e seus familiares, os últimos moradores do belíssimo solar, que hoje é patrimônio municipal cedido ao IHGP. O Barão morreu nessa casa em 1912, aos 82 anos de idade e, em 1942, o então prefeito de Belém, Abelardo Leão Conduru, adquiriu o prédio de um de seus herdeiros e com ele os móveis e a biblioteca. Desde 1944 abriga o Instituto Histórico e Geográfico do Pará, atualmente submetido a demorada restauração.

A partir de seu surgimento, sempre foi objetivo do IHGP promover estudos e explorações geográficas, investigações históricas, arqueológicas e etnográficas, de sorte a acumular crescentes dados para o domínio e o conhecimento dos homens de ciência.
Na virada do séc XIX, o Instituto Histórico e Etnográfico do Pará, como inicialmente foi denominado, se colocou na condição de intérprete e “guardião do passado”, cultuando os grandes vultos e heróis, exaltando as narrativas históricas e biográficas. Entre os patronos das cadeiras do Instituto figuram Jorge Hurley, Palma Muniz, Euclides da Cunha, José Veríssimo, Theodoro Braga, Tito de Almeida e Hygino Amanajás, entre outros intelectuais de grande relevância regional e nacional.

Entretanto, o Instituto se desestruturou, sendo refundado em 1917 como parte importante das ações cívicas programadas pela intelectualidade local desde 1916, em comemoração ao Tricentenário de Belém, e logo ganhou apoio da oficialidade republicana e da imprensa local. Belém, na primeira década do século XX, vivia a euforia trazida pelo boom da borracha, respirava modernidade.
No contexto de criação de uma identidade regional, amazônica, caberia ao IHGP a tarefa de construir e ressignificar o lugar e o papel da História. Às vésperas dos 400 anos de Belém, é questão de justiça reconhecer e declarar de utilidade pública estadual uma instituição que tanto tem contribuído para o Pará e o Brasil.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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