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Primeira mulher a presidir – e ser reeleita com votação consagradora – a Tuna Luso-Brasileira, clube com 119 anos de existência, Graciete Maués, 72 anos, professora de Educação Física aposentada, assume interinamente a presidência da Federação Paraense de Futebol na próxima segunda-feira e de novo marca a história do Pará e do futebol brasileiro como a primeira mulher a ocupar o cargo. Ela já anunciou que se afastará do comando da Tuna para se dedicar exclusivamente à eleição na FPF.

Em pouco tempo Graciete deu exemplos sólidos de competência na gestão do clube. A Tuna havia encerrado sua participação na segunda divisão paraense sem vencer um jogo sequer e vivia um calvário. Estava fora da elite estadual desde 2013. Sofrera um penúltimo lugar em 2015 e duas eliminações sequenciais nos pênaltis na fase final, em 2018 e 2017. A Águia Guerreira, como o clube é conhecido, estava machucada. Diretora social da Tuna Luso por quase 40 anos, ela trabalhou no clube durante gestões de 15 presidentes diferentes, e conhece “como a palma da mão” as suas engrenagens.

Assim que Graciete assumiu o mando a Tuna quebrou o jejum de oito anos, garantiu o título da Segundinha e o acesso ao Campeonato Paraense. Foi vice-campeã do Parazão-2021 e, com isso, garantiu vaga no Brasileiro da Série D e na Copa do Brasil de 2022. Agregadora, ela sabe liderar: não centraliza, não teme que lhe façam “sombra” e delega funções àqueles com perfil adequado. Além disso, prefere tratar com equidade os jogadores, evitando privilegiar alguns com salários altos em detrimento dos demais. Afinal, o futebol é um esporte coletivo, e não adianta um jogar bem se os outros estiverem desestimulados. Uma frase dela resume seu pensamento: “aqui não temos estrelas e sim uma constelação”. A seriedade de sua gestão é reconhecida. Os pagamentos são em dia e a Tuna mantém importante diferencial em sua escolinha: o esporte adaptado.

A eleição para presidente da FPF deveria ter sido em 28 de dezembro de 2021, mas uma ordem judicial suspendeu o pleito. O mandato de Adelcio Torres, que tenta a reeleição, expirou. O estatuto da entidade prevê que, nesse caso, o comando fica provisoriamente com a presidência do clube mais antigo em atividade: a Tuna, Graciete Maués à frente. Ela irá convocar a Assembleia Geral, deslanchando o processo eleitoral na FPF e, fiel ao seu estilo participativo, já avisou que não atuará sozinha, terá pessoas ao seu lado para ajudá-la. Além de Adelcio Torres, concorrem à presidência da Federação Paraense de Futebol Paulo Romano, que era um dos vices da entidade, e Ricardo Gluck Paul, ex-presidente do Paysandu.

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