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Organizadores do Festival de Ópera do Theatro da Paz. Foto: Cristino Martins



Se a crise vem atingindo os palcos da Europa, no Brasil ela  causa sérios prejuízos à programação erudita. Para se ter uma ideia, no Theatro Municipal de São Paulo, em meados do segundo semestre de 2015 uma ópera chegou a ser cancelada (Così fan tutte), e a programação anunciada previamente para 2016 foi revista e reduzida. Com o Rio de Janeiro em situação de colapso na saúde, educação e segurança, o Theatro Municipal também restou prejudicado. Seus artistas e funcionários sofrem com salários parcelados e atrasados, e a estreia da ópera Orfeu e Eurídice teve que ser adiada alguns dias na temporada de julho deste ano.


No Pará, a crise também enxugou a programação do XV Festival de Ópera do Theatro da Paz, que ainda assim começa neste sábado, 6, às 20h, com o concerto da OSTP, e trará novidades, fruto do esforço da equipe que tem à frente o secretário de Estado de Cultura Paulo Chaves, o diretor artístico Gilberto Chaves e o maestro Miguel Campos Neto, regente titular da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, que este ano comemora 20 anos de fundação. A OSTP foi criada em 1996, como marco do centenário da morte de Carlos Gomes, considerado o maior operista do Brasil, em Belém do Pará. Em 2016, é a vez de celebrar 180 anos de seu nascimento, em Campinas(SP) e 120 anos da morte do compositor.


Uma das novidades desta edição do Festival de Ópera do Theatro da Paz é a cantata “Los Pájaros Perdidos – O Tempo no Tango”, baseada na obra de Astor Piazzolla e Carlos Gardel, com récitas nos dias 26, 27 e 28 de agosto, às 20h. O espetáculo, concebido por Paulo Chaves, Eduardo Neves e Luiz Pardal, aborda as estações, começando pela primavera, quando se inicia a vida; o verão, quando se tem o auge; o outono, parodiando o começo da decadência; e o inverno, que é o adeus.  


Turandot, última ópera de Puccini, é o ponto alto da programação, que ainda contará com três palestras,  lançamentos de um livro sobre a vida de Carlos Gomes e de dois DVDs das óperas Mephistofeles e Otelo, além do concerto de encerramento. 

O maestro Miguel Campos Neto, que vai reger a OSTP em todos os espetáculos deste ano, considera o Festival uma vitrine da maior importância para os músicos parauaras, diante do foco das publicações especializadas do mundo inteiro no evento. 

As bilheterias do Theatro da Paz já estão abertas para a venda de ingressos do concerto de abertura e da cantata Los Pájaros Perdidos. No dia 1º de setembro inicia a venda dos ingressos para a ópera Turandot. Na foto de Cristino Martins, os organizadores do Festival em entrevista coletiva ontem de manhã.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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