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A violência chegou a tal ponto em Igarapé-Miri que ontem o prefeito Ronélio Antônio Rodrigues Quaresma (o Toninho Peso Pesado, do PMDB), o vice-prefeito, os vereadores, secretários municipais, lideranças de movimentos sociais, o padre Josinei dos Santos Lopes, da igreja católica carismática, e o pastor evangélico do município – todos integrantes do Movimento Popular pela Segurança Pública de Igarapé Miri – foram à Assembleia Legislativa pedir socorro aos deputados. Enquanto  estavam reunidos na Alepa, duas pessoas foram executadas no município. O prefeito disse que era uma retaliação à busca de apoio no combate ao crime. Na sexta-feira passada, moradores locais bloquearam uma ponte na rodovia PA-151, em protesto contra o assassinato de uma criancinha de dois anos, dentro de sua residência invadida por criminosos.

Além de relatar com detalhes horripilantes a violência que aflige o município, a comitiva protocolou documento no qual historia que várias audiências públicas já foram realizadas ao longo dos anos, assim como bloqueio de vias, manifestações e protestos, reuniões com autoridades dos comandos das polícias civil e militar, sem, contudo, conseguir efeitos práticos eficazes e eficientes. “A criminalidade está insuportável, gerando desordem, terror e caos. Sabemos que o crime é um fato social; todavia, precisa ficar dentro de padrões mínimos de convivência, em uma sociedade que se diz civilizada”, ponderam os signatários. Nos últimos seis meses, a situação é de calamidade pública. São assaltos a residências, invasões de propriedades rurais em comunidades ribeirinhas, escolas saqueadas e assassinatos em profusão. 

O Movimento reivindica medidas emergenciais, tais como emendas parlamentares que garantam recursos financeiros destinados a reestruturar os prédios onde funcionam a delegacia e o destacamento da PM, e projetos sociais que evitem o recrutamento de crianças e adolescentes pelo narcotráfico, como construção de ginásios e quadras esportivas nos bairros mais violentos. 

Evidenciando o clima de convulsão social, o documento demanda maior número de investigadores e mais um escrivão da Polícia Civil e a criação de uma Companhia Independente da Polícia Militar em Igarapé- Miri, e que a Inteligência da Secretaria de Segurança Pública atue no combate aos grupos de narcotraficantes que dominam a região, além da implantação de uma Unidade Integrada Pró Paz (UIPP), com núcleo do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves  e serviço de assistência social.

Também foi solicitada a visita de uma comissão de parlamentares ao município, para inspecionar a situação dos serviços na área de segurança pública e a realidade socioeconômica local, de forma que seja elaborado um relatório contendo propostas em benefício da população de Igarapé Miri.

O presidente da Alepa, deputado Márcio Miranda(DEM), recebeu a comitiva ao lado dos deputados Eliel Faustino (DEM, líder do Governo), Raimundo Santos (líder do PEN e presidente da Comissão de Constituição e Justiça), Coronel Neil (PSD, presidente da Comissão de Segurança Pública), Júnior Hage (PDT, presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária), Cássio Andrade (PSB, 1º Secretário da Mesa Diretora), Iran Lima (líder do PMDB), Celso Sabino (líder do PSDB), Renato Ogawa (líder do PR e vice-presidente da Comissão de Turismo e Esporte), Chicão(PMDB, presidente da Comissão de Relações do Trabalho, Previdência e Assistência Social), Júnior Ferrari (PTB, presidente da Comissão de Transportes, Comunicação e Obras Públicas), Lélio Costa(PCdoB, presidente da Comissão de Cultura), Soldado Tércio (PROS, 4º Secretário) e Martinho Carmona(PMDB). De imediato, Márcio Miranda anunciou providências junto ao Ministério Público do Estado no sentido do envio de um promotor de justiça ao município e assumiu o compromisso de elaborar emendas coletivas para aquisição de lanchas destinadas à fiscalização. 

Eliel Faustino também declarou que o Governo do Estado vai tomar algumas medidas emergenciais: enviará a Rotam para realizar as ações da polícia ostensiva e vai transferir a PM, que hoje funciona em área distante, para o centro da cidade. O aumento do efetivo policial será garantido, com mais 12 homens até o final do mês. As outras solicitações serão encaminhadas aos devidos órgãos para garantir atendimento aos pleitos. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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