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A
equipe técnica que está levantando a real situação financeira de Curralinho
ficou estupefata quando deparou com o saldo de R$822,18 deixado pelo
ex-prefeito na conta da prefeitura no Banco do Brasil.
O prefeito Léo
Arruda(PT) não teve acesso a qualquer dado antes da posse, e agora não tem sequer
meios para pagar os servidores municipais e aposentados.
Apontado pelo IBGE
como o município com menor PIB do País (R$ 64.876), o que significa o menor
valor de produção por habitante, no caso míseros R$ 2,2 mil por pessoa em 2010,
Curralinho é habitado por 28.549 almas, que vivem em 3.617,252 km², o que dá uma densidade
demográfica de 7,89  hab/km².
Sem qualquer atividade
econômica significativa, é sustentado pela
transferência de recursos oficiais. Além do emprego público, a população sobrevive
do extrativismo, pesca, criação de animais de pequeno porte e agricultura de
subsistência, de produtos como o açaí e o palmito.
Falta tudo em
Curralinho. Sobretudo, cidadania e dignidade humana.  Sobram os efeitos
devastadores de doenças infecto-contagiosas. Há uma única agência bancária e uma casa lotérica. Sem
esperanças, a infância e a juventude são vítimas do crime organizado,
notadamente o tráfico – de drogas e humano -, e de todo tipo de abuso e
violência.
A pobreza dos municípios do arquipélago do Marajó
foi incontáveis vezes denunciada pelo criador do Museu do Marajó, o saudoso
padre Giovanni Gallo, pelo atual bispo Dom José Luiz Azcona e em muitos documentos
oficiais da CNBB clamando por mais atenção. Por causa das dificuldades de
transporte, qualquer obra na região é caríssima, impedindo investimentos nos
setores produtivos e até nas áreas de saneamento básico e saúde.
O sofrimento por que passa a gente marajoara,
que definha sem perspectivas de salvação, precisa do clamor público por
melhores condições de vida a fim de permitir o fim do isolamento físico,
econômico, social, cultural e político da área central do Marajó, onde
persistem altos índices de pobreza e miséria que assolam a população num
círculo vicioso que precisa ter fim.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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