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Vejam a que ponto chega a hipocrisia. Denise Leitão Rocha é assessora jurídica
do senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente da CPI do Cachoeira, e o acompanha
em todas as sessões, por isso é conhecida entre parlamentares e jornalistas. Comete
o pecado de ser muito bonita e usar roupas que valorizam sua silhueta. Pois
bem. Primeiro, o jornal Extra retirou da página dela no Facebook fotos em que
traja biquíni. E agora um vídeo em que ela aparece em cenas de sexo com seu
namorado, que também é servidor do Senado, vazou na internet, depois de ter circulado
nos gabinetes em pen drive.
Ao invés de investigar as circunstâncias e os
responsáveis pelo dano à imagem da assessora, o senador Ciro Nogueira está
ensaiando demiti-la. O que ele diz é uma vergonha: “Só se fala nisso. Não me cabe julgar a vida pessoal dela, mas também
não posso ter uma celebridade como assessora, alguém que aparece mais do que o
trabalho. Estou avaliando se ela continua ou não na minha equipe. Ela não
seguiu orientação para não se expor. É uma situação constrangedora. Não
queremos um tipo de assessora que apareça mais do que o trabalho que faz.
Ele mesmo ressalva a inocência de Denise,
embora a jogue aos leões (ou seria aos porcos?): “É uma boa assessora. Minha
preocupação inicial é que se falava que o vídeo havia sido gravado nas
dependências do Senado, mas pelo que me disseram não foi aqui
.”
A mulher do senador, deputada Iracema Portela (PP-PI), também é membro
da CPI e vai – olhem só! – ajudá-lo a decidir se mantém ou não a assessora. Ah!
Ela jura que “não sente ciúmes” e que
há uma situação constrangedora.”
Incrível é que o mesmíssimo senador Ciro
Nogueira, presidente da CPI do Cachoeira, se encontrou com o empresário
Fernando Cavendish – dono da Delta e envolvido até o pescoço nas investigações
– numa viagem a Paris quando já era público e notório que o empresário seria
investigado pela CPI. O fato foi noticiado na imprensa e o congressista –
tampouco sua mulher deputada – não acharam constrangedor.  Se o julgamento tivesse o mesmo peso e a mesma
medida, no mínimo deveria ter renunciado à presidência da CPI, quando não ao
próprio mandato.
Denise está deprimida com a situação. O
senador e sua mulher não terão o menor pejo em demiti-la. E assim o Senado brasileiro
vai. Ah! Qualquer semelhança com fatos que acontecem no Pará é mera coincidência.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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