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A respeito do post Samba do crioulo doido, recebi o seguinte e-mail, ao qual dou o devido espaço:


Prezada Franssinete,
Tenho acompanhado, como leitor do seu blog, as dúvidas que você tem demonstrado em relação ao meu engajamento pela união do Pará, e entendo que você merece alguns esclarecimentos para compartilhar com seus leitores.
O primeiro é o fato de eu me interessar por esta luta mesmo não sendo paraense de nascimento. Como você bem sabe, nós não escolhemos um lugar para nascer, mas escolhemos para viver. Eu já passei por alguns Estados do Brasil, usando do direito que me assegura a Constituição Brasileira, nos quais trabalhei e fiz grandes amigos, mas foi em Belém que encontrei o clima mais acolhedor entre os locais onde já vivi.
Cheguei aqui a trabalho, mas a acolhida que tive nesta cidade me fez perceber que aqui eu queria continuar vivendo com minha família – minha esposa e minhas filhas, às quais eu convenci a também se mudarem para cá comigo. Por isso, trabalhar por Belém foi uma missão que sempre me trouxe muita satisfação.
Foi pelo trabalho desenvolvido na administração municipal, com diversos projetos de obras estruturantes que hoje estão em andamento na capital, que eu me tornei Cidadão de Belém de forma oficial, título concedido a mim pela Câmara Municipal de Belém (CMB) em 20 de novembro de 2009. Ressalto com orgulho que este título foi aprovado por unanimidade entre os vereadores, e juntos eles representam cada pessoa, cada cidadão de Belém, grupo do qual eu passei a fazer parte oficialmente.
Como você sabe, um cidadão de Belém, de nascimento ou não, é cidadão do Pará. E eu não gostaria de ser cidadão de um Pará remanescente, que “já foi” rico, com apenas 79 municípios sem tantas perspectivas quanto, por exemplo, a região de Carajás, para a qual não é preciso ser economista para saber que ela é viável. O grande problema, Franssinete, é provar a viabilidade do que seria o Pará encolhido, cujos argumentos técnicos não me convencem, e acredito que não convençam a maioria dos que aqui residem.
Meu sentimento é de que quando as pessoas de outros estados chegam aqui para dividir o Pará, um brasileiro de outro estado que abraça a luta pela integridade do Pará deveria ser bem recebido. Esta luta não tem dono, não tem chefe, nem reserva exclusiva, é uma luta de brasileiros, nascidos aqui ou não, que acreditam que é melhor juntar todas as riquezas e potenciais deste imenso Estado e, desta união, fazer um bolo maior para repartir para todos, do que entregar os pedaços a pequenos grupos em busca de poder e prestígio político.
Acredito que são bem vindos a esta luta os paraenses, os maranhenses, os pernambucanos, os paulistas, e todos os que querem lutar pelo Pará íntegro, inclusive os baianos, como o publicitário que encabeça a campanha separatista e que lutou de forma igualmente ferrenha contra a divisão do Estado da Bahia. Acho também uma pena, como você bem colocou, que o governador do Pará, que foi eleito por um Pará INTEIRO, ainda não tenha se pronunciado oficialmente em defesa da integridade do Estado.
Embora você não tenha mencionado a formação de frentes, acredito que seja uma dúvida de seus leitores, esclareço ainda que sou contra qualquer divisão territorial do Pará, mas a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina a formação de quatro tipos de frentes: uma pró-Tapajós, uma contra Tapajós, uma Pró-Carajás e outra contra Carajás, opção que entendemos ser a mais forte, com um grande volume de recursos para a campanha, enquanto a luta da região do Tapajós parece ter um caráter diferente, de maior legitimidade ao sempre exigir, ao longo dos anos, maior presença do Estado na região, em lugar de disseminar fortemente o sentimento separatista.
Mesmo assim, não concordo com o todo da resolução do TSE, por entender que deveria ter uma opção de votação em uma frente totalmente contra a divisão do Pará. Por isso, estarei no próximo dia 5 de Agosto em Brasília participando de uma audiência pública promovida pelo TSE para propostas de ajustes na resolução final.
Comprometo-me a compartilhar aqui, com os seus leitores, as informações sobre esta audiência, e convido a todos os paraenses e brasileiros que amam esse Estado para a luta pela sua grandeza, pela sua união, não apenas territorial, mas união de ideais, pois o mais estranho para mim são aqueles que dizem ter escolhido viver no Pará, mas querem dividi-lo. São pessoas que não querem viver no Pará, querem viver em um novo estado e excluir os paraenses dos benefícios de sua região mais rica.
Nossa luta deve ser em defesa do Pará grande, inteiro, unido. O que deve mudar é a forma de governo, para que o conhecimento produzido na capital possa se fazer presente, junto com o Estado, mesmo nas regiões mais distantes da capital.
Um grande abraço,
Sérgio de Souza Pimentel
Cidadão de Belém e do Pará
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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