Publicado em: 24 de maio de 2023
Não consigo me conter. As agressões que o jogador Vini Jr sofreu na Espanha me deixaram revoltado a ponto de me segurar na poltrona e de lagrimar de raiva, indignação e revolta, quando vi um jovem de 22 anos cercado e hostilizado por um estádio inteiro, incluindo adversários, juízes de campo e do VAR, mais próceres do Valencia. Um dos adversários aplicou-lhe um “mata leão” durante bom tempo até que escapou. E foi expulso. Onde estavam Militão e Rodrigo, negros, brasileiros, que não o defenderam? Onde estava Ruddiger, negro. Onde estavam Benzema e Modric, um argelino e outro croata, que também são alvos de racismo? Onde estavam os companheiros de equipe que não se retiraram do campo de jogo? O jovem de 22 anos lagrimou, o que me deixou mais furioso. Ainda não conheço a Espanha mas, sinceramente, não quero mais. Torcia pelo Real Madri mas agora não sei mais. A hostilidade já dura mais de ano e certamente, pela inação das autoridades que foram informadas serviram para garantir liberdade a esses racistas imbecis, vis, maus e sórdidos. Europeus invadiram a Africa, Brasil e daqui levaram todas as riquezas que puderam. Trouxeram escravidão. Agora que recebem de volta os antes escravizados, não querem admitir. O racismo contra Vini Jr é porque ele, negro é amplamente superior aos jogadores espanhóis. Tem o desplante de aplicar dribles desconcertantes e fazer belos gols. É o melhor jogador do mundo.
Tenho um filho negro. Aos 22 anos, é um rapaz bonito, ético, generoso e educado. É brilhante. Formado pelo Bolshoi, tem matrícula no Curso de Direito trancada porque foi contratado pelo melhor grupo de balé do Brasil, O Corpo, de Minas Gerais. Passei o dia assistindo às reportagens e boquiaberto com reações racistas de jornais, dirigentes e até idiotas argentinos, acusando a vítima de ser causador de incidentes. Não é somente a Espanha racista. A Europa é. Mas manifestações como a culminância de mais de um ano contra Vini Jr são a gota d’água. Ele deveria rescindir contrato. Espanhois não o merecem. Seus companheiros, inclusive os brasileiros, covardes, não o merecem. Aos 22 anos já está rico, merecedor de altos salários por sua competência e talento. Vai para outro país. Volta pro Brasil. Será sempre seleção brasileira e até um salário, que merece, condizente, alguns clubes daqui podem pagar. Europeus continuam pilhando a Africa e Brasil, por exemplo, mais particularmente em nosso Pará. E ainda mandam de volta, manufaturados, para adquirirmos os produtos pagando caro. Adoro futebol. Vivo ligado assistindo aos jogos. Vinha acompanhando com raiva crescente a situação do brasileiro. Ultrapassou tudo. Que esse Valencia seja rebaixado. Que fique sem receber torcedores em seus jogos por 1 ano ao menos. O Madri também podia ser apenado, pois foi empurrando com a barriga em nome de patrocinadores que agora têm seu nome manchado. O país está manchado. Racistas, covardes, vis, sórdidos! O futebol pode muito bem, com seu alcance incomensurável, servir como outdoor definitivo nessa luta pela igualdade racial. O comentarista de futebol Grafite, disse que enquanto juízes não forem negros, estes não ganharão nenhuma causa. Entendo, mas juízes devem aplicar a lei, podendo ser brancos, negros, amarelos, o que forem. Uma corte para cada côr é regularizar o racismo. Desculpem o desabafo, mas hoje passei o dia com um gosto amargo na boca, precisando gritar minha revolta. Espero, de alguma maneira que este escrito sirva para algum leitor me dar razão.
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