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Nas últimas semanas presenciamos casos
absurdos, discutidos em todo tipo de rede social, dentro e fora da internet. No
Espírito Santo, a situação de caos é uma amostra do resultado de atitudes
corporativistas que ignoram ou relevam a último plano a justiça e a paz social.
Mensagens e discursos de incitamento à violência e ao desrespeito às leis e
regras sociais vêm sendo veiculadas, estimulando os sentimentos perversos de uns
e aterrorizando os outros. Estamos passando por tempos sombrios, em que a ética
é colocada em xeque, em situações chocantes, que não podemos de forma alguma
aceitar e muito menos permitir de que se banalizem.
Cada atitude individual tem uma influência
coletiva. Somos exemplos uns para os outros e é preciso assumir essa
responsabilidade, sob pena de consequências funestas para todos. Por isso, seja
ao assistir a notícias bárbaras nos telejornais ou vídeos nos grupos de
WhatsApp, não podemos perder a capacidade de nos indignar, e impedir que isso
tudo passe como normal ou comum. É um atentado à Democracia e à vida.
A sociedade é dividida entre opressores e
oprimidos, mas isso não significa que os menos favorecidos usem a
violência como pretexto. A busca de solução para os conflitos pede reflexão,
discernimento, serenidade e responsabilidade ética, visando sempre o bem coletivo,
sem desviar do caminho da justiça.
Os recentes episódios demonstram a total
falta de compromisso com interesses coletivos e cristaliza a crise moral que
assola o Brasil. 
Não podemos viver em estado de barbárie.
 A falta de princípios éticos de justiça, respeito e honestidade leva a
comportamentos que prejudicam a nação inteira. 
A violência é elemento primordial de
degradação social. A vida humana passa a ser estatística da violência moral que,
sem o menor contexto ético, corrompe o País.  
Sofremos uma crise de legitimidade do modelo
político, por não corresponder às necessidades de participação e de mudança da
sociedade; crise de representatividade dos partidos tradicionais, vinculados às
oligarquias regionais e às burguesias nacionais, assim como dos partidos de
esquerda, que se adaptaram velozmente ao status quo e às práticas políticas que
tanto criticavam. Antes da crise econômica ou política, vivenciamos uma
profunda crise moral.
Mas aqueles que criticam ferozmente os governantes e todas as
mazelas que afligem os brasileiros estariam aptos a se comportar de forma
diferente se exercessem os mesmos cargos? Adotariam comportamento igual ao
descrito por Kant em sua magistral obra “Crítica da Razão Prática? Para o
grande filósofo o imperativo prático é traduzível como: “age de tal modo que possas
tratar sempre a humanidade, seja em tua pessoa, seja na do próximo, como um
fim; não te sirvas jamais disso como um meio”.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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