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O Museu Paraense Emílio Goeldi abriu nesta terça-feira, 21, o XXXI Seminário PIBIC, cujo tema é “O Protagonismo Amazônico e o Desafio da Sustentabilidade Global”. O evento segue até o dia 25 de agosto de 2023 no Auditório Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa da instituição. Durante cinco dias, jovens pesquisadores apresentarão os resultados de pesquisas distribuídas em seis sessões temáticas – Coleções científicas: Memória e Conhecimento; Conhecimentos indígenas, quilombolas e populações tradicionais: passado, presente e futuro; Aplicação em Biotecnologia: Usos e processos; Ecologia e Conservação; Inventários e Diversidade Biológica; Espécies Biológicas: Morfologia, Taxonomia e Sistemática.

A palestra inaugural foi da Professora Doutora Nírvea Ravena (NAEA/UFPA), com o tema “Cadeias Globais de Valor, Povos Tradicionais e Desenvolvimento: Os dilemas da Amazônia”.

Desde 1992, o Museu Goeldi participa do Programa de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica, criado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. O PIBIC/MPEG funciona como porta de entrada para a pós-graduação e para a carreira científica, e seus participantes contam com a vantagem de desenvolver estudos tendo como suporte exensas coleções científicas, um parque analítico moderno e orientadores com muita experiência de pesquisa de campo e nos laboratórios.

Ao longo de sua história centenária, o Museu Goeldi tem se destacado em pesquisas nas áreas de Botânica, Zoologia, Ciências da Terra e Ecologia, bem como em Ciências Humanas, incluindo Antropologia, Arqueologia e Linguística Indígena. O Seminário de Iniciação Científica é uma oportunidade única para conhecer a diversidade de pesquisas de jovens talentos nas áreas de atuação do Museu Goeldi. O comitê PIBIC/MPEG é composto pela Dra. Maria Inês Feijó Ramos, presidente do Comitê, Dr. Andre Gil (COBOT, vice- presidente, e tem como membros as dras. Regina Oliveira e dra. Vilacy Galúcio da COCHS, Dr. Ulisses Galatti e Dr. Orlando Tobias (COZOO), Dr. Leandro Ferreira (COBOT), e Dr. Marcelo Thales (COCTE).

“O Parque é não apenas um ponto turístico aprazível para se visitar com a família, mas também um local onde uma parte dos resultados das pesquisas feitas no Museu é apresentada em forma de educação, informação e entretenimento. Desde que assumi a direção do instituto, tenho lutado para conseguir verbas necessárias à revitalização dos recintos, calçamento interno e prédios históricos. Já são mais de R$ 16 milhões, de recursos próprios e de dotação feita pela ministra Luciana Santos. Iniciamos, assim, um ciclo que culminará em ampla revitalização desse espaço tão querido à população de Belém e do estado do Pará. Estejam certos que daqui a um ano teremos muito mais a comemorar”, declarou o diretor-geral do Museu, Professor Doutor Nilson Gabas Jr., que montou uma programação alusiva ao aniversário de 128 anos do Goeldi, transcorrido no dia da Adesão do Pará à independência do Brasil.

Teve ingresso grátis, parabéns com o tradicional Bolo de Flores, formado por mudas de várias espécies e que, ao final, são distribuídas ao público, Clube do Pesquisador Mirim e a Coleção Didática Emília Snethlage, com animais que fizeram história no Zoobotânico, como o jacaré-açu Alcino, a onça Bemp, o gavião real, a ariranha e a preguiça, além de histórias geológicas da Amazônia, com mostras de fósseis encontrados na região. Os servidores mais antigos do Parque Zoobotânico mostraram seus instrumentos de trabalho e compartilharam experiências de cuidados com o ambiente, a fauna e a flora. E os visitantes também puderam ouvir a história dos mestres no uso dos recursos naturais da Amazônia, conversar com quem trabalha com polpas, sucos de frutas e comidas típicas locais, e conhecer seus produtos, tudo de modo bem didático, em visitas programadas desvendando, ainda, três ícones do parque: a árvore Samaumeira, a ave cabeça seca –  um dos animais mais longevos do Zoobotânico, que pode ser visto passeando no Lago dos Tambaquis – e o cientista suíço Jacques Huber, que dirigiu o MPEG, descobriu, descreveu e mapeou novas espécies de seringueiras, e empresta seu nome ao Aquário do Parque Zoobotânico.

No próximo dia 24, o Museu Goeldi vai promover uma trilha noturna em que serão abordados a fauna e a flora do Parque Zoobotânico: adaptações morfológicas que alguns seres vivos apresentam para o ambiente noturno e informações científicas sobre animais e plantas em suas relações com a cultura popular amazônica. O passeio será conduzido pelo veterinário Antônio Messias Costa, que mostrará alguns pontos da fauna e da flora durante o período da noite, a fim de possibilitar a visita de grupos de estudantes de EJA (Educação de Jovens Adultos) que nem sempre têm a oportunidade de visitar o Parque.

O Parque Zoobotânico do MPEG foi aberto em 1895, para abrigar o jardim zoológico e o horto botânico do então Museu Paraense de História Natural e Etnographia, fundado em 1866. Sua estrutura foi se expandindo ao longo de décadas, com a desapropriação dos terrenos vizinhos. Atualmente ocupa um quarteirão inteiro na Av. Magalhães Barata, no bairro de São Braz, e é um ícone da cidade de Belém e da memória afetiva local, lar de cerca de 80 espécies animais (3 mil) e mais de 500 espécies de plantas (quase 4 mil). Abriga monumentos históricos, espaços expositivos e de educação, além de ser local de tratamento para animais silvestres resgatados pelos órgãos ambientais. Quando há condições dos animais, o Parque Zoobotânico é base de apoio para seu retorno à natureza. Quando esse retorno não é possível, são mantidos e cuidados de acordo com os melhores padrões de tratamento ou encaminhados a outras instituições no Brasil.

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