Portugal está em polvorosa. O primeiro-ministro, António Costa, apresentou há pouco pedido de demissão ao presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa. A residência oficial de Costa foi alvo, na manhã desta terça-feira, de busca por parte da Polícia de Segurança Pública. Ele e outros membros do governo estão sendo investigados por corrupção, prevaricação e tráfico de influências por causa de concessões de exploração de lítio, um projeto de produção de energia a partir de hidrogênio verde e um projeto de construção de um data center pela sociedade Start Campus. Até este momento, foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, e dois administradores da empresa Start Campus, o advogado Rui Oliveira Neves e Afonso Salema.
Foram mais de 40 buscas realizadas pelo Ministério Público e a PSP em decorrência ao inquérito sobre o lítio e o hidrogênio verde. António Costa, apesar de deixar o Governo, declara-se inocente e disse aos jornalistas em entrevista coletiva que “A minha confiança na justiça é tão grande hoje quanto no passado. Como qualquer outro cidadão, não estou acima da lei. Se há uma suspeita, que seja investigada com toda a liberdade”. Costa, que era considerado até então um dos governantes mais estáveis da Europa, garantiu que não se recandidatará ao cargo, porém reagiu com “surpresa” ao anúncio da Procuradoria Geral da República sobre a abertura de um inquérito-crime. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa aceitou a demissão de Costa e reunirá com o Conselho de Estado na quinta-feira dia 9. Só depois fará um comunicado à nação. Espera-se que as eleições sejam antecipadas.
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