Publicado em: 8 de abril de 2025
O aquecimento global não é mais uma previsão: é realidade cotidiana. O aumento de eventos extremos — como secas severas, enchentes devastadoras e ondas de calor — coloca em risco a vida, a biodiversidade e a própria estabilidade econômica e social do planeta. No Brasil, as marcas da crise climática são visíveis: rios secos na Amazônia, alagamentos catastróficos no Sul e chuvas intensas em estados como Bahia e São Paulo. Comprometido a colaborar com ações que impactem positivamente nesse cenário de urgência, o 31º Prêmio Jovem Cientista abre inscrições com o tema: “Resposta à Mudança Climática: ciência, tecnologia e inovação como aliadas”.
A iniciativa é do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com aFundação Roberto Marinho (FRM), e conta com o apoio da Editora Globo, Canal Futura e da Shell Brasil. As inscrições vão de 7 de abril até 31 de julho de 2025, e podem ser feitas pelo site da premiação.
Voltado a estudantes e pesquisadores de diferentes níveis de formação, o Prêmio Jovem Cientista é considerado um dos mais relevantes reconhecimentos à produção científica no Brasil. A proposta é simples e potente: estimular ideias transformadoras que ajudem a mitigar os impactos das mudanças climáticas, desenvolvendo desde produtos sustentáveis até estratégias de resiliência e inovação para a agricultura, habitação, mobilidade urbana e outros setores.
A edição atual contempla cinco categorias: Mestre e Doutor; Estudante do Ensino Superior; Estudante do Ensino Médio; Mérito Institucional e Mérito Científico.
Cada uma possui critérios específicos, com prêmios que incluem laptops, valores entre R$ 12 mil e R$ 40 mil, além de bolsas do CNPq. Os orientadores dos trabalhos premiados também são reconhecidos.
Além disso, o Mérito Científico homenageia um pesquisador doutor de destaque na área temática da edição. Já o Mérito Institucional valoriza duas instituições — uma de Ensino Médio e outra de Ensino Superior — que apresentarem o maior número de trabalhos com mérito reconhecido pela comissão avaliadora.
A premiação está aberta para estudantes do Ensino Médio com até 25 anos, matriculados em escolas públicas ou privadas; estudantes do Ensino Superior com até 30 anos, graduandos ou recém-formados (a partir de 1º de janeiro de 2024), mestres e Doutores com até 39 anos até 31 de dezembro de 2025, incluindo alunos de pós-graduação.
Para além de incentivar a excelência científica, o Prêmio Jovem Cientista também busca promover o protagonismo brasileiro na formulação de soluções para a crise climática, incluindo a valorização de saberes diversos e plurais.
“A emergência climática é o maior desafio do nosso tempo. Suas consequências afetam a todos, mas especialmente as populações mais vulneráveis. As respostas só serão potentes se forem coletivas e plurais”, afirma João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho. “As soluções não virão apenas dos laboratórios, mas também do encontro entre o conhecimento acadêmico, os saberes tradicionais e a criatividade de quem vive e resiste nas margens.”
O presidente do CNPq, Ricardo Galvão, destaca a relevância de se investir desde cedo na formação científica:
“Ainda existe muito negacionismo em relação à mudança climática, mas está demonstrado que o aquecimento global é, infelizmente, uma realidade. Para que tenhamos políticas públicas robustas, é preciso ciência. Estimular os jovens é essencial.”
Já o representante da Shell Brasil, Glauco Paiva, reforça que o investimento em pesquisa, ciência e inovação é uma equação que contribui para um futuro mais justo e sustentável: “estamos muito orgulhosos em apoiar mais uma edição do prêmio, que valoriza mentes brilhantes comprometidas com um futuro em que geração de valor e descarbonização caminhem juntas.”
Criado em 1981, o Prêmio Jovem Cientista já premiou mais de 194 pesquisadores e estudantes, além de 21 instituições de ensino. A cada edição, um novo tema de relevância nacional é proposto, alinhando a agenda científica às demandas sociais e ambientais do Brasil.
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