Nesta segunda-feira, 28, quatro auditores da PREVIC (órgão do governo que fiscaliza o setor de Fundos de Pensão) vão bater no portão da CAPAF, logo às 8h. A entidade comunicou dia 22 que não tinha dinheiro para pagar os aposentados e pensionistas. AEBA e AABA impetraram Mandado de Segurança para garantia dos pagamentos pelo patrocinador, que é o Banco da Amazônia. O clima é pesado nos bastidores da Associação dos Aposentados. Vários pensionistas passaram mal no dia do não-pagamento (23/03) e foram atendidos num posto de emergência montado no local pela CASF, o plano de saúde do pessoal do Basa.
Se a CAPAF deixar de pagar os aposentados por dois meses seguidos, a CASF irá falir: as contribuições da grande maioria de seus associados aposentados são descontadas na Folha de Benefícios da entidade. A Coramazon (corretora de seguros do pessoal do Basa) também tombará. É o efeito dominó.
Os auditores da PREVIC poderão intervir, destituindo diretoria executiva e conselhos, ou efetuar mais uma das muitas auditorias realizadas e que nada resolveram. O drama já se arrasta há mais de 8 anos .
Apesar da crise nas entidades vinculadas ao Basa, seus diretores recebem polpuda remuneração. Na Capaf, o presidente ganha R$12 mil e os diretores R$11 mil; na CASF, são R$13 mil para o presidente e R$12 mil para os diretores; e na Coramazon, o presidente recebe R$15 mil e seus diretores R$13 mil.
Detalhe: o valor do benefício médio dos aposentados e pensionistas que estão a pão e água é de R$2 mil reais.
O lado mais perverso dessa crise, provocada por histórica má gestão do Fundo de Pensão pelo seu patrocinador e prepostos, é que os aposentados não receberam seus proventos mas estão sendo cobrados pela CASF e Coramazon, que os ameaçam de desligamento do plano de saúde e da perda do seguro e vida, caso deixem de pagar suas contribuições.
Será que o MPT e a Justiça do Trabalho nada farão em defesa de pessoas idosas e fragilizadas, vítimas desse verdadeiro massacre pelo Basa-Deloitte e Capaf?
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