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Depois da reunião em clima de alta tensão no início da semana, o ninho tucano parauara está mais calmo. O caldo entornou porque o senador Mário Couto considerava que já estava tudo praticamente acertado para que fosse candidato à reeleição e único no grupo que dá sustentação política ao governador Simão Jatene(PSDB). Mas aí o vice-governador Helenilson Pontes(PSD) botou sua candidatura ao Senado na rua e vem ocupando espaços políticos importantes. Em recente evento em Parauapebas, o município mais poderoso do Pará, pela arrecadação de royalties, e na presença do governador Simão Jatene, o lançamento do nome de Helenilson pelo prefeito Valmir Mariano(PSD) foi a gota d’água, que transbordou o pote até aqui de mágoas de Mário Couto. Por sua vez, o deputado estadual Sidney Rosa(PSB), que também acalenta a pretensão de ser senador com o apoio da base aliada ao governo, nem se preocupa em esconder a sua bronca com o vice; aqui e ali acerta uma canelada em Helenilson. O resultado é que o sururu era tamanho que foi preciso convocar uma reunião às pressas para acalmar os ânimos, mas o tiro saiu pela culatra porque o senador Mário Couto se sentiu preterido e já chegou ao encontro mais furioso ainda. Em meio aos acalorados debates, desabafou tudo o que lhe estava atravessado na garganta, xingou Jatene e até partiu para cima do governador, sem, claro, chegar a atingi-lo. Como nos velhos tempos na Alepa, quando era permitido fumar: os deputados atiravam cinzeiros uns nos outros, para exprimir o auge de sua indignação; tomando, contudo, o devido cuidado para errar o alvo.

Foi uma catarse. E agora, conforme o próprio senador Mário Couto, que não quis dar declarações mas adiantou, através de sua assessoria, que na próxima semana talvez fale algo, tudo está se acertando novamente. 

Houve grande burburinho nos bastidores políticos durante a semana. Não faltou quem aventasse a hipótese de que, ante a ameaça de que Mário Couto bateria chapa com ele na convenção do PSDB,  Jatene estaria pensando em não mais se candidatar, o que deixou os deputados muito alarmados. Afinal de contas, o governador ficará no exercício do mandato até o fim, e todos precisarão de seu prestígio e de sua capacidade de agregar forças. Entretanto, essa alternativa foi prontamente descartada pela coordenação da campanha de Jatene, que afirmou que a confusão só reforçou a candidatura, que nunca esteve tão certa e confiante e que Jatene está disposto e focado na reeleição.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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