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Com uma delegação enorme e o status de anfitrião da COP 30, o Governo do Pará está na Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP 29), em Baku, no Azerbaijão, e tenta vender uma imagem positiva do Estado perante o planeta. Um dos principais projetos que o governador Helder Barbalho irá mostrar é a Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu, que fica dentro da Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, no município de Altamira. Trata-se de nova categoria e projeto-piloto de concessão florestal, com o mote de restaurar mais de dez mil hectares de áreas degradadas e gerar créditos de carbono para financiamento da recuperação ambiental. O modelo tem vigência de até 40 anos, pretende captar R$ 250 milhões em investimentos e a criação de cerca de 2 mil empregos na região, na expectativa de sequestrar quatro milhões de toneladas de carbono.

Outro projeto que o Pará apresentará é o Programa Pecuária Sustentável, que ambiciona garantir o desenvolvimento e a integridade da cadeia produtiva, implementando a identificação individual de todo o rebanho até 2026, na maior iniciativa de monitoramento sanitário e ambiental da pecuária no Brasil. Helder vai mostrar que a brincagem dos animais já foi iniciada, e que seu programa de requalificação comercial está permitindo a volta ao mercado da carne para produtores compromissados com a recuperação de seus pastos.

Já o sistema REDD+ do Pará, focado na redução das emissões de desmatamento e degradação, ainda não passou do discurso à prática de participação social e compartilhamento de benefícios. Povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais se queixam de que não foram ouvidos e rejeitam o projeto, anunciado com pompa e circunstância no exterior com a transação de R$ 1 bilhão em créditos de carbono, que periga não se efetivar.

O Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, uma das principais obras do Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio) para a COP 30, será apresentado como iniciativa do governo para estimular uma economia de baixas emissões. Com estruturas dedicadas ao turismo de base local, cultura alimentar, sociobioeconomia e pesquisa, o parque será um polo de inovação para a conservação e uso sustentável dos recursos naturais, destacando a vocação do Pará, a valorização do conhecimento ancestral e os produtos da floresta.

Com o objetivo de restaurar 5,6 milhões de hectares até 2030, o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa, pioneiro no Brasil, será destacado como iniciativa que vem avançando após ter sido criada com a participação ativa de indígenas, quilombolas, extrativistas, agricultores familiares e comunidades tradicionais. A ideia inclui pagamento por serviços ambientais, dentro do Valoriza Territórios Sustentáveis, que já conta com 800 pequenos produtores rurais inscritos no Pará, através do qual os produtores podem receber até R$ 13,4 mil, de forma a incentivar o cuidado com o meio ambiente com geração de benefícios econômicos.

Foto de Pedro Guerreiro/ag. Pará

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