0
O mundo político está sobressaltado. Corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro impõem a pauta do dia e prisões atingem figurões da República até há pouco tempo considerados intocáveis. A Polícia Federal e a Receita Federal, através de 180 policiais federais e auditores fiscais, cumprem desde as 6h da matina 45 ordens judiciais, sendo 27 mandados de busca e apreensão, 3 mandados de prisão temporária e 15 mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, na 35ª fase da Operação Lava Jato, intitulada Operação Omertà, que investiga  relação criminosa entre o comando da Odebrecht, principal empreiteira do Brasil, e o ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda, Antonio Palocci, que já está preso.  

Há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o poder público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos.
Dentre as negociações identificadas, a PF e a Receita delinearam as tratativas entre o grupo Odebrecht e Palocci para a tentativa de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009 (que resultaria em imensos benefícios fiscais), aumento da linha de crédito junto ao BNDES para país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência no procedimento licitatório da Petrobras para aquisição de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal. 

Outro núcleo da investigação apura pagamentos efetuados pelo chamado “setor de operações estruturadas” da  Odebrecht para diversos beneficiários que estão sendo alvo de busca e condução coercitiva.

O nome “Omertà” alude à origem italiana do codinome que a construtora usava para fazer referência ao principal investigado da fase (“italiano”), bem como ao voto de silêncio (idêntico ao da máfia italiana) que imperava no grupo Odebrecht que, ao ser quebrado por integrantes do “setor de operações estruturadas” permitiu o aprofundamento das investigações. Além disso, remete à postura atual do comando da empresa, que se mostra relutante em assumir e descrever os crimes praticados. 

Os presos estão sendo conduzidos à sede da Polícia Federal em Curitiba(PR). 

(Com informações da Polícia Federal).
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Abrajet, do IHGP e do IHGTap, editora do portal Uruá-Tapera.

O cotidiano do caboclo marajoara

Anterior

Os candidatos e o bolo orçamentário

Próximo

Vocë pode gostar

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *