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O senador Mário Couto(PSDB/PA) denunciou em
matéria de O Liberal, hoje, conversa
gravada com um certo advogado Paulo Hermógenes, que estaria intermediando
tentativa de extorsão a mando do juiz Elder Lisboa Ferreira da Costa, que atua
em vários processos envolvendo fraudes na Alepa.
A acusação é gravíssima e precisa ser apurada
urgentemente.
Contactei o juiz Elder Lisboa agora à noite e ele me garantiu que sequer
conhece Paulo Hermógenes e amanhã mesmo pedirá ao
MP para intimar o tal advogado a dizer o que se passa. E também irá requerer providências à OAB-PA e à Corregedoria do TJE-PA.
Contou que, de fato, está vendendo uma casa, mas que ela está em todas as
imobiliárias de Belém, o que pode provar.
Não o conheço pessoalmente, mas a reputação do magistrado é irretocável
e suas sentenças ao longo de sua trajetória de 20 anos na judicatura são muito
coerentes e revelam coragem e zelo com a coisa pública.
Li atentamente o diálogo gravado e as declarações do senador Mário Couto
a O Liberal e em nenhum momento
restou comprovado qualquer liame entre Paulo Hermógenes e Elder Lisboa. Além
disso, não é crível que a palavra de uma pessoa da qual não se tem a menor
referência predomine em face de um respeitado juiz, até porque seria uma
temeridade. Raciocinemos: se, contrario
sensu,
uma gravação de áudio mostrasse alguém dizendo agir em nome do
senador Mário Couto e oferecesse a mesma quantia ao juiz Elder Lisboa para que
o excluísse dos processos, o magistrado teria o direito de acusar o senador de
corrupção ativa sem provas? Não, obviamente.
Aliás, em nota ao Diário on line,
há pouco, o próprio senador Mário Couto enfatiza
que, em nenhum momento, acusou o juiz de prática de extorsão: “Nas minhas declarações à
imprensa, eu não disse que o juiz mandou o advogado até mim. O que eu fiz foi
divulgar uma gravação na qual o advogado cita o nome do juiz Elder Lisboa.
Caberá agora à Justiça apurar o caso”.
Ao que parece, tanto o senador quanto o magistrado foram vítimas de um
terceiro. Que deve ser instado a se explicar em juízo, sob as penas da lei.
Em razão do episódio, a Amepa divulgou a nota de repúdio e de
solidariedade publicada aí em cima.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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