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Na Lunedì dell’Angelo, a “Segunda-feira do Anjo”, o doce Papa Francisco, defensor dos pobres, dos invisíveis, dos tristes e desesperançados, fez sua Páscoa. Jorge Mario Bergoglio, fiel aos seus princípios, assim como em vida, escolheu a simplicidade do nome Franciscus em seu epitáfio, e como última morada de seus despojos o nicho do corredor lateral entre Capela da Salus Populi Romani e a Capela Sforza, em um túmulo simples, no chão e sem nenhuma decoração especial, na Basílica de Santa Maria Maggiore, localizada em Roma, fora do Vaticano.

Era um devoto de Maria Santíssima, a quem confiou toda a sua vida e ministério sacerdotal e episcopal, assim como o amado bispo do Marajó, Dom José Luis Azcona Hermoso, que há cinco meses se foi, e deve estar no mesmo plano espiritual que o Papa Francisco, ambos seres de luz, que viveram em plenitude a fé e o amor ao próximo. Assim como o Papa, Dom Azcona jamais se refugiou em negações dogmáticas, nem cedeu às fortes e muitas pressões de poderosos. Quis ser sepultado na igreja matriz de Soure, sede da Prelazia do Marajó, onde o pastor santo e incansável dedicou sua vida ao Evangelho e a lutar pela dignidade do povo marajoara, homem de coragem, oração e entrega.

O Papa acolheu mulheres cis e trans, mães solo e divorciadas, nomeou-as para postos-chave, abriu-lhes espaço no Sínodo, permitiu o debate sobre o sacerdócio feminino. Dom Azcona dava literalmente tudo o que tinha para os necessitados, nunca descansava, suportou perseguições atrozes em silêncio, amava a todas as pessoas indistintamente, e tinha especial carinho e cuidado pelas crianças, adolescentes, mulheres e idosos, pelos enfermos e excluídos. Levou mulheres ao Sínodo da Amazônia, como a Irmã Henriqueta Cavalcante, que guarda lembranças dos dias em que conviveu com o Papa.

Em seu último retiro espiritual, já gravemente doente, Dom Azcona rezou pelo Papa Francisco e rogou à Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo. Assistam ao emocionante vídeo, que me foi cedido pelo seminarista marajoara Wiris Silva dos Santos.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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